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Relatório final da CPI da Covid

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Conforme alertou a OMS em maio de 2020, 322 os países precisavam

organizar políticas de mitigação dos efeitos da pandemia de covid-19

especialmente voltadas para mulheres e meninas, considerando os impactos

sofridos em razão apenas do gênero. Entretanto, conforme calcula a Comissão

Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), a pandemia provocou um

retrocesso de dez anos nas condições econômicas das mulheres. Elas foram

gravemente prejudicadas, visto que ocupam as posições mais precarizadas do

ponto de vista trabalhista. Portanto, sem a possibilidade de migrar para o home

office, perderam logo o emprego e, muitas vezes, não contavam com nenhuma

proteção previdenciária. Mesmo as empregadas estavam nos postos mais

vulneráveis dentre aqueles serviços considerados essenciais, que estão na linha

de frente do enfrentamento à doença, como as auxiliares de limpeza nos hospitais,

as que atuam no atendimento, caixas de supermercado e balconistas de farmácias.

Artigo científico publicado no Repertório do Conhecimento do

IPEA, de autoria das pesquisadoras Carolina Pereira Tokarski e Luana Simões

Pinheiro, 323 faz um recorte no mundo das mulheres trabalhadoras e aprofunda a

condição de vulnerabilidade das empregadas domésticas. Segundo o estudo essas

profissionais, as quais historicamente são afetadas pela informalidade e

precariedade nas condições de trabalho, tiveram a situação ainda mais agravadas

durante a pandemia:

Neste estudo, destacamos três pontos a partir dos quais incide essa

agudização das condições de vulnerabilidade: o tipo de trabalho realizado;

a desproteção social da categoria; e a sistemática violação de direitos

fundamentais à qual integrantes dessa categoria profissional vêm sendo

submetidas. Exemplo de tal vulnerabilidade extrema é o fato de que a

primeira morte contabilizada no estado do Rio de Janeiro foi de uma

trabalhadora doméstica, que contraiu o vírus de sua empregadora, recémchegada

de viagem à Itália.

322

https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/332080/WHO-2019-nCoV-Advocacy_brief-Gender-2020.1-

eng.pdf Acesso em 16 de outubro de 2021

323

http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/10521 Acesso em 16 de outubro de 2021

605

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