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Relatório final da CPI da Covid

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de 2021, foi trazido depoimento de Gustavo Guardassi. Ele conta que contraiu a

covid-19 em junho deste ano. Reproduzimos alguns trechos de sua narrativa.

(...) em 7 de junho, comecei a sentir uma dor fortíssima na

garganta. Me dirigi novamente ao hospital da Prevent Senior, temendo estar

com Covid-19. Eu ainda não havia tomado a vacina.

(...) Primeiro, passei por uma pré-triagem feita pela

enfermagem. Mediram minha temperatura, a minha saturação sanguínea,

perguntaram se eu sentia algum incômodo ou dor e me encaminharam para

fazer o exame de Covid-19. (...)

Cerca de seis horas depois do exame, recebi uma ligação da

área de telemedicina da Prevent Senior. O médico me informou que meu

exame testara reagente para o antígeno do vírus Sars-CoV-2 e que eu

precisava iniciar imediatamente o tratamento. Estranhei, pois sabia que não

havia um tratamento para a doença – e que poderia talvez tomar um

analgésico para aplacar possíveis sintomas de dor. Mas o médico foi

taxativo: me falou que eles disponibilizariam o kit Covid e que eu deveria

tomar a medicação. Perguntei então o que havia no kit. O médico me

respondeu: hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e prednisona,

além de alguns complexos vitamínicos. Eu disse a ele que não tomaria

hidroxicloroquina nem ivermectina por saber que eram medicamentos

ineficazes no tratamento da doença. Tenho pressão alta e não posso tomar

medicação aleatoriamente, sob o risco de piorar a minha condição. Disse:

“Prefiro não tomar.”

Minha negativa não foi bem aceita pelo doutor. Ele tentou me

convencer dos benefícios da hidroxicloroquina e da ivermectina. Em seguida,

partiu para uma pressão mais incisiva: disse que era o único tratamento

recomendado pelo plano de saúde. Eu continuei reticente, e ele então

arrematou: se eu não seguisse o tratamento prescrito pelo plano, a

Prevent Senior não se responsabilizaria em caso de complicações com a

doença. Ou seja, se eu precisasse de internação ou qualquer outro

tratamento, eles não poderiam cobrir em razão da minha negativa em

seguir com o tratamento prescrito. Então pedi ao médico que me

informasse seu registro no Conselho Regional de Medicina e seu nome

completo. Ele tentou me enrolar, dizendo que a ligação estava sendo gravada.

Ou seja, que eu poderia requerer o conteúdo gravado se assim desejasse.

(...) Qual não foi minha surpresa quando, logo depois de

desligar a chamada, recebi as prescrições sem as informações do

profissional responsável. (...)

Fiquei me questionando sobre aceitar ou não essa medicação.

Mas a verdade é que eu estava muito assustado. (...) Diante desses temores,

resolvi usar o kit.

(...)

Hoje, vejo que fui coagido a fazer o uso de remédios contra

a minha vontade, sob ameaça de não ter a cobertura do plano caso

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