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Relatório final da CPI da Covid

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que, no ano de 2020, o excesso de mortalidade apurado entre os povos indígenas

foi da ordem de 34,8%, ao passo que, na população em geral, ficou em 18,1%.

Esse estudo, conduzido a partir de dados oficiais de 2015 a 2020 e considerando

mudanças demográficas, tendências observadas no tempo e efeitos sazonais,

salienta a importância de medidas que compensem a maior vulnerabilidade dos

indígenas à pandemia. 253

Esses resultados contrastam com as taxas de mortalidade brutas

observadas entre indígenas e não-indígenas, que levam a crer que os indígenas

são menos afetados. Mas essas taxas brutas escondem o problema da disparidade

de subnotificação, que é afetada pela frequente desconsideração da identidade

étnica dos indígenas urbanos, e pela falta de registro de mortes ocorridas em

locais remotos, sem que testes tenham sido feitos para detectar o vírus.

Ademais, mesmo se descartarmos esses fatores, a análise

comparativa das taxas de mortalidade deve considerar um aspecto elementar da

demografia: a pirâmide etária indígena (abaixo, à direita), com população mais

jovem, é mais afunilada do que a da população geral (abaixo, à esquerda):

253

Soares, G.H., Jamieson, L., Biazevic, M.G.H. et al. Disparities in Excess Mortality Between Indigenous and

Non-Indigenous Brazilians in 2020: Measuring the Effects of the COVID-19 Pandemic. J. Racial and Ethnic

Health Disparities (2021). https://doi.org/10.1007/s40615-021-01162-w Acesso em 5 de outubro de 2021

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