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Relatório final da CPI da Covid

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da doença. Citou como exemplo a varíola, que durante muitos anos esteve

presente na humanidade e só sumiu com um processo de vacinação organizado

pela OMS, que durou dez anos. Deixou claro que a imunidade pela

transmissibilidade da doença não funcionaria, pois não seria estável. Com efeito,

poderia existir controle temporário muito localizado, mas novos picos

ocorreriam, pois não seria uma estratégia efetiva. Afirmou, por fim, que nenhuma

doença no mundo foi erradicada ou controlada dessa forma, mas sempre com

vacinas.

No mesmo sentido, foram as explicações dadas pelo Dr.

Maierovitch. Ele explicou, inicialmente, que a expressão imunidade de rebanho

originou-se na área veterinária, pois a vacinação de uma parte da criação de

animais evita a circulação do agente infeccioso, proporcionando proteção mesmo

dos animais que não foram vacinados. No cenário da covid-19, a teoria da

imunidade de rebanho pela transmissibilidade da doença implica uma quantidade

tão grande de doentes e mortos, que não seria sequer eticamente aceitável cogitála.

Ademais, discorreu sobre um estudo da Faculdade de Saúde Pública

de São Paulo – entregue a esta CPI –, no qual se alega que a aparente inexistência

de planejamento do governo frente à pandemia talvez revele a existência de um

plano interrompido em março de 2020. Nesse plano, alguns poucos líderes

internacionais acreditaram que o melhor caminho para vencer a crise era que a

doença se espalhasse rapidamente para que os mais frágeis morressem,

desonerando a previdência e os serviços de saúde – acontecimento positivo do

ponto de vista econométrico –, enquanto os que sobrevivessem continuariam

“tocando” a economia. Isso foi chamado de imunidade de rebanho.

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