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Relatório final da CPI da Covid

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Quanto a esse fato, afirmou que o Presidente da República nunca lhe

deu ordem oficial para não comprar vacinas do Instituto Butantan. Na verdade,

aquela declaração teria sido feita informalmente, enquanto agente político em

postagem na internet. Disse que, naquela época, existia apenas um termo de

intenção de compra e que a efetiva aquisição só pôde ocorrer após a edição da

MP no início de janeiro.

Contudo, o diretor do Butantan, Dr. Dimas Covas, confirmou na CPI

que o referido pronunciamento do Presidente causou a suspensão das tratativas e

atrasou a aquisição da vacina. Além disso, conforme se verá detalhadamente

adiante, o governo federal ignorou os pedidos de apoio financeiro feitos pelo

Butantan para estudos clínicos (R$ 85.000.000,00) e construção de uma nova

fábrica com capacidade de produção de cem milhões de vacinas anuais (R$

60.000.000,00).

6.6.2 Depoimento do ex-Secretário Executivo Antônio Élcio Franco Filho

Esta Comissão também não obteve maiores explicações por parte do

ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Antônio Élcio Franco Filho,

autoridade que atuou na linha de frente das negociações para a aquisição das

vacinas.

Segundo o depoente, o Ministério trabalhava com três plataformas

de vacinas: a do vírus inativado, conhecida pelos brasileiros e produzida pelo

Butantan; a do RNA mensageiro, tecnologia inovadora (Pfizer, Moderna); e a do

vetor viral não replicante ou adenovírus, também revolucionária (AstraZeneca,

Sputinik V, Janssen). Ocorre que o desenvolvimento dessas vacinas em curto

período e o fato de algumas serem oriundas de plataformas novas gerou

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