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lições de direito econconômico leonardo vizeu figueiredo ed forense 2014

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estratégicas traçadas pelas Nações. Portanto, para a escola realista não há outros sujeitos nas<br />

relações internacionais além dos Estados.<br />

Seus principais teóricos são oriundos da escola norte-americana, 3 <strong>de</strong> modo que o pensamento<br />

internacional daquela época refletia a doutrina política seguida pelo governo americano <strong>de</strong>sses<br />

tempos.<br />

É <strong>de</strong> se observar que a escola realista não apresenta nenhum viés voltado ao comércio entre as<br />

Nações, o que inviabiliza, a princípio, sua aplicação no que se refere aos postulados <strong>de</strong> Justiça<br />

Econômica.<br />

6.1.1.2. O liberalismo<br />

Em virtu<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento das relações comerciais entre as Nações que compunham o bloco<br />

do dito Primeiro Mundo, eminentemente capitalista e liberal, cujos principais valores eram o livrecomércio<br />

e a propri<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> privada, houve uma tendência para a internacionalização dos fluxos <strong>de</strong><br />

capitais rumo aos espaços econômicos periféricos do então <strong>de</strong>nominado Terceiro Mundo,<br />

acompanhada <strong>de</strong> um consi<strong>de</strong>rável aumento no comércio exterior.<br />

Diante <strong>de</strong> tal conjuntura, que se configurava com a prelazia do capital norte-americano na<br />

economia internacional, surge uma corrente teórica, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> escola liberal, que questiona a<br />

valida<strong>de</strong> das concepções realistas sobre as relações políticas entre os Estados inseridos no sistema<br />

internacional, que se baseava fundamentalmente na anarquia e na força bélica.<br />

Os seguidores <strong>de</strong> tal linha <strong>de</strong> pensamento teórico partiam da premissa <strong>de</strong> que a crescente<br />

inter<strong>de</strong>pendência econômica entre os Países, potencializada pelos avanços tecnológicos da indústria<br />

<strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo duráveis e das telecomunicações, tornaria cada vez mais dispendioso o conflito<br />

bélico, inviabilizando-o como instrumento <strong>de</strong>terminante nas Relações Internacionais. Os pensadores<br />

liberais 4 <strong>de</strong>stacavam a progressiva consolidação <strong>de</strong> regimes jurídicos internacionais, por meio dos<br />

organismos supranacionais, bem como a crescente participação, consi<strong>de</strong>rada irreversível e<br />

inexorável, em caráter autônomo, <strong>de</strong> atores transnacionais, em especial as empresas multinacionais,<br />

como elementos empíricos <strong>de</strong> uma inflexão no modus operandi do sistema internacional.<br />

Por ser concebida em torno do constante fluxo e circulação <strong>de</strong> rendas e riquezas entre as Nações,<br />

é <strong>de</strong> se ressaltar que os postulados da escola liberal são <strong>de</strong> forte aplicação no que se refere à<br />

construção da teoria da Justiça Econômica em caráter global.<br />

6.1.1.3. O sistema-mundo<br />

Trata-se <strong>de</strong> corrente teórica 5 das relações internacionais que se foca na análise do sistema social<br />

e suas inter relações com o avanço do capitalismo mundial como forças <strong>de</strong>terminantes entre os<br />

diferentes países centrais, incluindo os periféricos. Para tanto, analisa que a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudo não<br />

<strong>de</strong>ve ser, tão somente, o Estado ou a soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> nacional, propondo-se a verificar o sistema-mundo<br />

em seu conjunto, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas vertentes econômica e social.<br />

Parte-se da premissa <strong>de</strong> que a economia mundial capitalista é um sistema que inclui uma<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> hierárquica <strong>de</strong> distribuição baseada na concentração <strong>de</strong> certos tipos <strong>de</strong> produção,<br />

relativamente monopolizada e, assim sendo, <strong>de</strong> alta rentabilida<strong>de</strong>, em certas zonas <strong>de</strong> comércio <strong>de</strong><br />

acesso limitado. Assim, a formação <strong>de</strong>ssas áreas <strong>de</strong> maior acumulação <strong>de</strong> capital em caráter<br />

internacional tem como corolário permitir o reforço das estruturas estatais internas, e, por sua vez, a<br />

garantia da sobrevivência dos monopólios. O sistema-mundo capitalista funciona e evolui,

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