10.04.2017 Views

Sinopse nº 02 - Direito Penal - Parte Especial - 2017

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

104 <strong>Direito</strong> <strong>Penal</strong> - <strong>Parte</strong> <strong>Especial</strong> • Alexandre Sa/im e Marcelo André de Azevedo<br />

pela lesão causada pelo próprio ofendido. Isso porque a conduta<br />

da vítima é uma causa superveniente relativamente independente,.<br />

mas que não produziu, por si só, o resultado.<br />

Sangue e dor: para configurar o crime não se exige sangramento,<br />

nem a existência de dor. Por sua vez a dor, sem qualquer alteração<br />

da integridade física ou à saúde, não configura o crime.<br />

• IMPORTANTE: VIOLÊNCIA ESPORTNA PRATICÍ\DA DENTRO DAS REGRAS -<br />

_ não há crime<br />

Orientações: ,.) configura exercício regular .do direito (art. 23, Ili), excludente<br />

da ilicitude, desde que o resultado danoso seja decorrente<br />

da prática regular do esporte. Deve haver a observâné:ia das regras e<br />

limites aceitáveis do jogo; 2a) de acordo com Zaffaroni, as lesões na<br />

prática de esportes são cong\Óbalmente atfpicas (teoria da tipicidade<br />

conglobante) quando a conduta tenha ocorrido dentro da prática regulamentar<br />

do esporte.<br />

Bem jurídico e consentimento do ofendido. Orientações: i•) por<br />

se tratar de bem considerado indisponível (incolumidade pes·<br />

soai), mesmo com ·a autorização da vítima, cometerá o delito<br />

quem causar lesões corporais, salvo nas hipóteses de conduta<br />

autorizada, tais como intervenções médicas,. prática esportiva,<br />

transplante de órgãos etc. Nesse sentido: Hungria e Mirabete; 2°)<br />

o bem jurídico possui relativa disponibilidade, de sorte que o<br />

consentimento do ofendido exclui o crime. Para Fragoso, haverá<br />

exclusão da ilicitude, desde que o consentimento seja válido e a<br />

ação não ofenda os bons costumes. No mesmo sentido: Nucci e<br />

Bitencourt.<br />

Princípio da insignificância: já foi admitido pelo Pretório Excelso<br />

no âmbito da Justiça Militar, desde que leve a lesão (STF, 2• T., HC<br />

95445, j. <strong>02</strong>/12/2008). Isso porque, de acordo com o art. 209, § 6°,<br />

do CPM (Decreto-Lei n• 1001/69), "no caso de lesões levíssimas, o juiz<br />

pode considerar a infração como disciplinar". A matéria, no entanto,<br />

é controversa. Já decidiu o STJ que "não é possível a aplicação do<br />

princípio da insignificância nos crimes de que decorre violência física,<br />

ainda mais se ele é praticado no âmbito familiar" (STJ, 5' T., AgRg<br />

no AREsp 19042, j. 14/<strong>02</strong>/2012). Obs.: o STJ já reconheceu a incidência<br />

do princípio no caso de lesão corporal culposa (5• T., RHC 3557, j.<br />

20/04/1994).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!