10.04.2017 Views

Sinopse nº 02 - Direito Penal - Parte Especial - 2017

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Cap. li • Dos crimes contra o patrimônio 325<br />

Uso de 'mixa' ou outra chave falsa na ignição ou para abrir o<br />

veículo. Discute-se se o uso da 'mixa' para acionar o motor do veículo<br />

caracteriza a qualificadora. O STJ. desde 2007 (REsp 906.685),<br />

vem reconhecendo a qualificadora: "A jurisprudência desta Corte<br />

tem pontificado que o emprego de gazuas, mixas, ou qualquer outro<br />

instrumento, ainda que sem a forma de chave, mas apto a abrir<br />

fechadura ou imprimir funcionamento em aparelhos e máquinas, a<br />

exemplo, automóveis, caracteriza a qualificadora do art. 155, § 4º,<br />

inciso 111, do Código <strong>Penal</strong>" (STJ, HC 119524, j. 26/10/2010). No mesmo<br />

sentido vem decidindo o STF (HC 106095, j. 03/05/2011). Existem decisões<br />

mais antigas do STJ em sentido contrário, sob o fundamento<br />

da necessidade da utilização da chave falsa para vencer o obstáculo<br />

que protege à coisa (algo externo à coisa). Nesse sentido: REsp<br />

43.047, j. 10/12/1996.<br />

Perícia necessária se o crime deixar vestígios: "1. O emprego de<br />

chave falsa pode, a depender da hipótese, não deixar vestígios,<br />

como, por exemplo, quando se emprega grampo, arame ou chave<br />

de feitio especial para a abertura de fechaduras, sem dano ou arrombamento,<br />

de modo que, nesses casos, é dispensável o exame<br />

pericial para a caracterização da qualificadora do crime de furto.<br />

2. Uma vez que, além da confissão do réu, a vítima e as testemunhas<br />

afirmaram, sob o crivo do contraditório, que foi encontrada<br />

uma chave mixa consistente em um garfo dobrado na ignição do<br />

veículo, a incidência da qualificadora prevista no inciso Ili do § 4º<br />

do art. 155 do Código <strong>Penal</strong> requer a realização de exame pericial,<br />

pois a infração deixou vestígio, o que, por imperativo legal, reclama<br />

exame de corpo de delito direto" (STJ, 6• T., AgRg no AREsp 886475,<br />

j. 13/09/2016).<br />

10.7. Concurso de pessoas<br />

São necessárias, no mínimo, duas pessoas.<br />

Concorrentes na fase executória do crime. Parcela da doutrina<br />

sustenta que somente incide a qualificadora se os agentes concorrerem<br />

na fase executória. A justificativa seria que o crime deve<br />

ser cometido mediante o concurso de duas ou mais pessoas. A<br />

razão da maior reprovabilidade seria justamente a eficiência e facilidade<br />

na fase executória. Exemplo: A induz B a subtrair e. Apesar<br />

de ·configurar concurso de pessoas (art. 29 do CP), não incidiria a<br />

qualificadora, tendo em vista que A não praticou nenhuma conduta

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!