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4 horas para o corpo - Timothy Ferriss

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É bem simples: há um preço a se pagar por todos esses limites que eu venho<br />

rompendo há mais de 15 anos, quais sejam, mais de 20 fraturas e 20<br />

deslocamentos, duas cirurgias nas articulações (ombro e, agora, cotovelo) e<br />

rompimentos e torções suficientes <strong>para</strong> uma vida toda. Décadas de exageros em<br />

esportes de contato total e excesso de autoconfiança em todas as modalidades<br />

com prancha fizeram de mim, como afirmou um cirurgião ortopédico, “um<br />

homem de 30 anos no <strong>corpo</strong> de um de 60”.<br />

Embora fosse um diagnóstico deprimente e fatalista, não era incomum. Meus<br />

amigos mais próximos, também ex-atletas, tinham todos começado a ranger e<br />

gemer de dor depois dos 30 anos. As dores se transformaram em cirurgias,<br />

pequenas lesões de treinamento viraram dores crônicas, e todos nós tivemos de<br />

reconhecer o grande problema que não dava mais <strong>para</strong> ignorar: tudo aquilo iria<br />

piorar. E muito.<br />

Para mim, a gota d’água foi uma série de injeções epidurais e de altas doses<br />

de prednisona que tomei em 2009. Tudo começou com uma inócua colisão do<br />

ombro. Ressonâncias magnéticas não mostraram problemas no ombro, e sim<br />

degenerações em cinco vértebras da coluna cervical.<br />

— Você terá de conviver com isso — foi o comentário, acompanhado de um<br />

sorriso inadequado, feito por um cirurgião que trabalha <strong>para</strong> times das ligas de<br />

hóquei e futebol americano dos Estados Unidos. Nenhum dos medicamentos ou<br />

das injeções por ele prescritos solucionaria o problema. Não havia nada além de<br />

curativos criados <strong>para</strong> mascarar os sintomas e iludir os sentidos. Eu havia sido<br />

promovido <strong>para</strong> o gerenciamento de dor terminal.<br />

No meu segundo dia tomando prednisona, uma forte droga imunossupressora,<br />

passei a tarde toda andando de um lado <strong>para</strong> o outro no bairro de Mission, em San<br />

Francisco, atordoado e procurando o carro que havia estacionado uma hora<br />

antes. Desisti depois de três <strong>horas</strong> de busca e fui de táxi <strong>para</strong> um jantar.<br />

Na manhã seguinte, acordei parecendo um cão pug e não lembrava com<br />

quem eu havia jantado. Foi a gota d’água. Se a medicina convencional não podia<br />

solucionar o problema, era hora de tomar medidas mais drásticas.<br />

Se eu iria solucionar um problema, então queria solucionar todos.<br />

O cardápio<br />

Ao analisar os resultados (o que deu e o que não deu certo), eu poderia ter<br />

economizado muito dinheiro com uma abordagem dividida em quatro etapas. Só<br />

quando as opções na primeira etapa não dão certo é que você passa <strong>para</strong> a<br />

segunda, e assim por diante, até chegar à etapa final e ao último recurso: a<br />

cirurgia.

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