25.04.2017 Views

4 horas para o corpo - Timothy Ferriss

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

isso, mudei meu café da manhã de mingau de aveia <strong>para</strong> fruta. Alguns dias mais<br />

tarde, comecei a acordar cedo demais todas as manhãs, em vez de em noites<br />

alternadas. O problema agora era muito pior. Isso nunca havia acontecido antes.<br />

Anotei as alterações no café da manhã no mesmo pedaço de papel que usava<br />

<strong>para</strong> registrar meu sono, de modo que alguma ligação entre uma coisa e outra<br />

seria fácil de perceber. Para garantir que havia relação de causa e efeito, alternei<br />

várias vezes o mingau de aveia e as frutas. Os resultados mostraram que havia,<br />

sim, tal relação. As frutas consumidas no café da manhã provocavam mais<br />

insônia do que a aveia. Depois de 10 anos sem que nada fizesse diferença, aquele<br />

era um grande avanço. Por fim, descobri que qualquer café da manhã que eu<br />

tomasse aumentava a probabilidade de acordar cedo. Um experimento de longo<br />

prazo confirmou isso. O melhor café da manhã era não tomar café da manhã.<br />

Fiquei menos surpreso do que se poderia pensar. Sabia que, em vários animais,<br />

incluindo ratos, um resultado laboratorial chamado atividade antecipatória era<br />

bem conhecido. Se você alimentar um rato todos os dias à mesma hora, ele se<br />

tornará ativo cerca de três <strong>horas</strong> mais cedo. Se você o alimentar ao meio-dia, ele<br />

se tornará ativo às nove <strong>horas</strong> da manhã. Tenho tomado café da manhã às sete<br />

<strong>horas</strong> e acordado às quatro. Essencialmente, descobri que nisso os seres humanos<br />

são como os outros animais.<br />

Não tomar café da manhã reduziu a insônia matinal, mas não a eliminou. Nos<br />

anos seguintes, a autoexperimentação me ensinou mais sobre o que a provocava.<br />

Por acaso, descobri que ficar de pé me ajudava. Se eu ficava de pé mais de oito<br />

<strong>horas</strong> por dia, dormia melhor à noite. Isso não era prático — depois de tentar<br />

ficar de pé esse tanto de tempo durante anos, desisti —, mas o conhecimento me<br />

ajudou a fazer outra descoberta acidental 10 anos mais tarde: ficar de pé numa<br />

perna só até a exaustão ajuda. Se faço isso quatro vezes (duas vezes numa perna<br />

e duas vezes na outra) durante o dia, mesmo que seja pela manhã, durmo muito<br />

melhor à noite. Recentemente, descobri que a gordura animal me faz dormir<br />

ainda melhor.<br />

Os dois efeitos dependiam das doses. Consigo dormir muito bem se ficar de pé<br />

tempo suficiente e se comer gordura animal suficiente.<br />

Que quantidade de gordura animal é “suficiente”? Eu começara a descobrir<br />

isso usando banha de porco, que eu consumia na forma da chamada “barriga de<br />

porco” (a parte usada <strong>para</strong> fazer bacon). Descobri que 150 g de barriga de porco<br />

tinham pouco efeito; 250 g eram bem mais eficazes. Os efeitos pareciam<br />

aumentar com a quantidade de gordura de porco (por exemplo, 350 g). Como a<br />

barriga do porco talvez tenha mais de 90% de suas calorias na forma de gordura<br />

(há uma grande variação de um pedaço <strong>para</strong> outro), isso é demais <strong>para</strong><br />

conseguir o efeito máximo possível. Eu precisava queimar muitas calorias diárias<br />

<strong>para</strong> poder comer tudo aquilo, mas, em certos aspectos, isso era melhor do que<br />

ficar de pé numa perna só.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!