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A história da loucura na idade clássica

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trapacear ou roubar para viver, de modo que o país se vê miseravelmente<br />

infestado por eles 78 .<br />

Teme-se que eles congestionem o país; e como eles não têm a<br />

possibili<strong>da</strong>de, como no continente, de passar de um país para outro,<br />

propõe-se "bani-los e comboiá-los para as terras recém-descobertas,<br />

<strong>na</strong>s Índias orientais e ocidentais" 79 . Em 1630, o rei estabelece uma<br />

comissão que deve zelar pela execução rigorosa <strong>da</strong>s leis dos pobres.<br />

No mesmo ano, ela publica uma série "de ordens e man<strong>da</strong>mentos";<br />

recomen<strong>da</strong>-se processar mendigos e vagabundos, bem como<br />

todos aqueles que vivem <strong>na</strong> ociosi<strong>da</strong>de e não querem trabalhar em troca de<br />

soldos razoáveis ou que gastam o que têm nos cabarés.<br />

Deve-se puni-los de acordo com as leis e pô-los <strong>na</strong>s casas de<br />

correção; quanto aos que têm mulher e filhos, é preciso verificar se<br />

se casaram, se seus filhos são batizados,<br />

pois essas pessoas vivem como selvagens, sem se casarem, se enterrarem ou<br />

se batizarem; é esta liber<strong>da</strong>de licenciosa que faz com que tantas pessoas<br />

sintam prazer em ser vagabundos 80 .<br />

Apesar <strong>da</strong> recuperação <strong>da</strong> Inglaterra em meados do século, o<br />

problema ain<strong>da</strong> não foi resolvido <strong>na</strong> época de Cromwell, uma vez que<br />

o Lord Prefeito se queixa dessa<br />

praga atropelando-se <strong>na</strong> ci<strong>da</strong>de, perturbando a ordem pública, assediando as<br />

viaturas, pedindo esmolas em altos brados às portas <strong>da</strong>s igrejas e <strong>da</strong>s casas<br />

particulares 81 .<br />

Ain<strong>da</strong> durante muito tempo a casa de correção ou os locais do<br />

Hospital Geral servirão para a colocação dos desempregados, dos<br />

sem trabalho, e vagabundos. To<strong>da</strong> vez que se produz uma crise, e<br />

que o número de pobres sobe verticalmente, as casas de<br />

inter<strong>na</strong>mento retomam, pelo menos por algum tempo, sua origi<strong>na</strong>l<br />

significação econômica. Em meados do século XVIII, está-se de novo<br />

em ple<strong>na</strong> crise: 12.000 operários mendigos em Rouen, outro tanto<br />

em Tours. Em Lyon, as manufaturas fecham. O conde de Argenson,<br />

que tem o departamento de Paris e a direção dos marechais de França,<br />

orde<strong>na</strong> prender todos os mendigos do reino; os marechais atuam no interior<br />

78 Citado in NICHOLLS, I, p. 245.<br />

79 Idem, p. 212.<br />

80 F. EDEN State of the Poor, Londres, 1797, I, p. 160.<br />

81 E.M. LEONARD, The Early Histor) of English Poor Relief, Cambridge, 1900, p.<br />

270.<br />

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