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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 87a acção do eu pela qual os objectos são representados – <strong>de</strong> diferentes tipos<strong>de</strong> cognições; e que não possuímos um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> introspecção, mas o nossoconhecimento do mundo interno é <strong>de</strong>rivado da observação <strong>de</strong> factos externos,constituindo este o único método para investigar questões psicológicas.Outra das questões investigadas é a <strong>de</strong> saber se po<strong>de</strong>mos pensar sem fazeruso <strong>de</strong> signos. A resposta é negativa, e sendo todo o pensamento um signo,convoca outro pensamento, e assim por diante, visto ser essa a natureza dosigno, uma interminável ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> pensamento. A questão seis é particularmenteimportante pois nela Peirce discute o leitmotiv do seu realismo críticodo significado, que o levara a afastar-se <strong>de</strong> Kant, operando a transformaçãosemiótica da sua filosofia transcen<strong>de</strong>ntal. Trata-se <strong>de</strong> saber se um signo po<strong>de</strong>ter qualquer significado se, pela sua própria <strong>de</strong>finição, for o signo <strong>de</strong> algo absolutamenteincognoscível. Como Peirce já <strong>de</strong>monstrara que todas as nossasconcepções são obtidas por abstracção e combinação, que ocorrem a partir <strong>de</strong>julgamentos da experiência, conclui que não po<strong>de</strong>mos ter qualquer concepçãodo absolutamente incognoscível, uma vez que este não po<strong>de</strong> ser dado naexperiência. Ora, como o significado <strong>de</strong> um termo é a concepção que esteveicula, e como não po<strong>de</strong>mos ter concepção do incognoscível, tal signo, doincognoscível, não tem significado.Assim, a concepção do incognoscível, ou <strong>de</strong> algo não-cognoscível é, nomínimo, autocontraditória. A cognoscibilida<strong>de</strong> e o ser são metafisicamenteidênticos e termos sinónimos, dirá Peirce. Esta é a raiz da nova teoria darealida<strong>de</strong> peirceana: o ser é o que é cognoscível, e para lá disto não existe umser-em-si que não pudéssemos conhecer.A sétima e última questão averigua se po<strong>de</strong> existir uma cognição que nãoseja <strong>de</strong>terminada por uma cognição anterior. À primeira vista pareceria queuma vez que estamos na posse <strong>de</strong> cognições, teria <strong>de</strong> haver uma primeiranessa série. Se aten<strong>de</strong>rmos a que o problema fundamental que Peirce procuraresolver neste texto é conciliar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que toda a cognição é mediada porintermináveis inferências, com a i<strong>de</strong>ia do começo <strong>de</strong> cada cognição no tempopor uma afecção dos objectos externos, percebe-se a dificulda<strong>de</strong> que enfrentaem resolver um problema aparentemente paradoxal.A solução que encontra, diz Apel, é a seguinte. À medida que recuamosna ca<strong>de</strong>ia causa-efeito <strong>de</strong> uma mesma cognição, as cognições que a antece<strong>de</strong>mvão-se tornando cada vez mais difusas, até atingirem um patamar em que osujeito já nem está consciente <strong>de</strong>las. Para lá <strong>de</strong> um certo nível, todos os nossoswww.labcom.pt✐✐✐✐

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