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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐138 Anabela Gradimconteúdo das normas materiais da responsabilida<strong>de</strong> dos indivíduos, se transformaránum princípio regulador para a formação <strong>de</strong> consenso entre os parceiros<strong>de</strong> discussão.Está bem <strong>de</strong> ver que esta <strong>de</strong>dução <strong>de</strong> normas concretas remetida às discussõespráticas, e portanto o abandono da ética <strong>de</strong>ôntica <strong>de</strong> Kant, aproximaa praxis humana das condições sócio-históricas da sua aplicabilida<strong>de</strong>, aomesmo tempo que <strong>de</strong>ixa espaço para a acção estratégica, orientada segundofins que po<strong>de</strong>rão variar com as circunstâncias. Reencontramos aqui, evi<strong>de</strong>ntemente,a parte B da ética apeleana, que chama o indivíduo a uma ética daresponsabilida<strong>de</strong> preocupada com a história, e que contém uma dimensão teleológica,e uma dimensão <strong>de</strong> avaliação das circunstâncias concretas da situaçãoem apreço on<strong>de</strong> a acção estratégica, e portanto não estritamente moral, po<strong>de</strong>ter lugar. O futuro permanece, pois, aberto, e a acção do homem – numa éticaque não <strong>de</strong>duz – suspensa da sua frágil vonta<strong>de</strong>.4.7 O neokantianismo transformado da ética apeleanaAs objecções mais consistentes e sólidas surgidas ao pensamento <strong>de</strong> Apel são,a meu ver, as que seguem a linha <strong>de</strong> Popper e Albert e clamam por um fundamentuminconcussum que este se revela, obviamente, impotente para conferirà sua Ética da Discussão, esse kantianismo transformado que se esquivahabilmente à tarefa mundana <strong>de</strong> estabelecer conteúdos normativos. E é precisamentepor serem sólidas e muito concretas que essas críticas se tornarão,<strong>de</strong> entre todos os escolhos que Apel enfrentou, aquelas que este mais bemconseguidamente refuta e respon<strong>de</strong>.É perfeitamente <strong>de</strong>fensável a concepção <strong>de</strong> reflexão e contemplação transcen<strong>de</strong>ntaiscomo método especificamente filosófico e capaz <strong>de</strong>, por essa via,resgatar a circularida<strong>de</strong> lógica que uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fundação <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong>dutivo necessariamenteencerra. A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> um método filosófico <strong>de</strong>vedor da hermenêuticafaz pois todo o sentido, especialmente quando se tornou evi<strong>de</strong>nte queas ciências naturais são um empreendimento social sujeito a constrangimentosinterpretativos não muito distintos dos das chamadas ciências do espírito.Já bem mais difícil é contornar as objecções <strong>de</strong> Gilbert Hottois. 44 Nãoque a essas críticas lhes falte concretu<strong>de</strong> ou soli<strong>de</strong>z, mas porque são <strong>de</strong> uma44 . Cf. HOTTOIS, Gilbert, Du sens commun a la société <strong>de</strong> communication – Étu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>www.labcom.pt✐✐✐✐

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