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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 337abruptas irrupções <strong>de</strong> secundida<strong>de</strong>, as quais nenhuma lei fazia prever, sendoque este elemento <strong>de</strong> puro acaso “sobrevive e permanecerá até o mundo se tornarum <strong>sistema</strong> simétrico, absolutamente perfeito e racional, no qual a menteé por fim cristalizada, no infinitamente distante futuro”. 22Ainda em a Arquitectónica das Teorias, mas com mais ênfase em A Doutrinada Necessida<strong>de</strong> Examinada, 23 as teorias do “necessitarianismo” mecanicistaou <strong>de</strong>terminista são atacadas e refutadas. Esta doutrina crê que todoo facto do universo é precisamente <strong>de</strong>terminado por leis, 24 e que dado umestado <strong>de</strong> coisas <strong>de</strong> que todas as variáveis fossem conhecidas, seria possível<strong>de</strong>duzir exactamente como se comportaria tal estado <strong>de</strong> coisas no futuro, 25 ou,para cada momento dado, qual o estado <strong>de</strong> coisas que lhe correspon<strong>de</strong>ria. Orapara Peirce a única forma possível <strong>de</strong> explicar as leis da natureza é estas seremresultado da evolução, e isso faz com que não sejam absolutas, pois a evoluçãoprossegue in<strong>de</strong>finidamente, e a espontaneida<strong>de</strong> e o acaso estão activos nanatureza, abrindo espaço para o “princípio <strong>de</strong> generalização” ou tendência aformar hábitos, e quebrando a rigi<strong>de</strong>z do <strong>de</strong>terminismo. 26 Do mesmo passo,ficam garantidas real vagueness, a existência <strong>de</strong> uma possibilida<strong>de</strong> objectiva,e que o futuro permanecerá aberto, não totalmente <strong>de</strong>terminável, até à cristalizaçãofinal remetida para o infinitamente distante futuro.O que esta cosmologia mostra é o monismo que já vimos Peirce advogar,e como, ao invés do universo ser constituído por duas substâncias distintas– matéria e espírito – ele é formado por apenas uma <strong>de</strong>las (espírito, pois sea escolha recaísse sobre a matéria sentimento e consciência seriam inexplicáveis)que se apresenta em diferentes estados, consoante se encontra maisou menos sujeita ao constrangimento do hábito. Tudo é, pois, espírito: vivo,livre, espontâneo e solto no homem; <strong>de</strong>caído e rigidificado pelo hábito nascoisas. Daqui o i<strong>de</strong>alismo peirceano só po<strong>de</strong>r ser compreendido ligando-o ao22 . I<strong>de</strong>m, itálico meu.23 . Collected Papers, 6.35 e ss.24 . Collected Papers, 6.36.25 . “ The proposition in question is that the state of things existing at any time, togetherwith certain immutable laws, completely <strong>de</strong>termine the state of things at every other time (fora limitation to future time is in<strong>de</strong>fensible). Thus, given the state of the universe in the originalnebula, and given the laws of mechanics, a sufficiently powerful mind could <strong>de</strong>duce from thesedata the precise form of every curlicue of every letter I am now writing”, Collected Papers,6.37.26 . Collected Papers, 6.13 e 6.63.www.labcom.pt✐✐✐✐

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