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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐232 Anabela Gradimsubstituída. Ora como o real é o produto da activida<strong>de</strong> humana, não <strong>de</strong> umhomem em particular (recor<strong>de</strong>m-se os ferozes ataques ao cartesianismo), masda comunida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>finida, é a inferência que produz o real, até ser substituídapor outra que se venha a revelar mais a<strong>de</strong>quada. A verda<strong>de</strong> está na proposiçãoque confessa e admite a sua própria falibilida<strong>de</strong>, e também num i<strong>de</strong>al limiteregulador atingível no infinitamente distante futuro. Parece aqui que caímosnuma espécie <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alismo socialista bem marcado. É certo, e não o é. A posição<strong>de</strong> Peirce a este respeito é extremamente subtil. Trata-se <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>alismoobjectivo, que analisaremos com mais <strong>de</strong>talhe no capítulo XI: o real é o quepo<strong>de</strong> ser conhecido, e o que é representado na opinião final. Porém, o mundo,que é essencialmente secundida<strong>de</strong>, existe fora do homem e resiste-lhe. É queo que po<strong>de</strong> ser conhecido só po<strong>de</strong> sê-lo por meio da experiência reiterada <strong>de</strong>uma comunida<strong>de</strong> sem limites <strong>de</strong>finidos; 70 portanto há uma <strong>de</strong>terminação recíprocaentre essas realida<strong>de</strong>s: o que existe e o que po<strong>de</strong> e é conhecido, a quese <strong>de</strong>verá somar o aspecto público do real que é fruto <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>dimensões in<strong>de</strong>terminadas, ou in<strong>de</strong>finidamente inclusiva..Em suma, o método científico é o que melhor serve para fixar as crençasdo homem porque a partir <strong>de</strong> inferências controladas lança um processo <strong>de</strong>inquiry que permitirá chegar à crença, à opinião final e à verda<strong>de</strong>, tudo isto,bem entendido, quando tal verda<strong>de</strong> encerra em si uma confissão do seu própriofalibilismo. A lógica da ciência acaba por conduzir, <strong>de</strong> uma forma quetambém se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ser i<strong>de</strong>alista, à produção do real, enquanto aquiloque é representado na opinião final, que todavia se constrói, pela própria naturezado método científico, com recurso reiterado à experiência. O real ficaassim in<strong>de</strong>levelmente inscrito na experiência da comunida<strong>de</strong> sem limites <strong>de</strong>finidos,produzido por um processo <strong>de</strong> inferência que é governado, ou ao qualse dá expressão, a partir das categorias, e <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser causa da experiênciahumana, para passar a produto <strong>de</strong>la.70 . “Nihil est in intellectu quod non prius fuerit in sensu. I take this in a sense somewhatdifferent from that which Aristotle inten<strong>de</strong>d (. . . )As for the other term, in sensu, that I takein the sense of in a perceptual judgment, the starting point or first premiss of all critical andcontrolled thinking. I will state presently what I conceive to be the evi<strong>de</strong>nce of the truth of thisfirst cotary proposition. But I prefer to begin by recalling to you what all three of them are”, inCollected Papers, 5.181.www.labcom.pt✐✐✐✐

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