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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 75justificá-lo, coerência interna e uma lógica própria, integrando-se num planoarquitectónico e sistemático que não trai as ambições do próprio Peirce. 14Qual o valor <strong>de</strong>sta abordagem “<strong>de</strong>senvolvimentista” no presente? O estudo,divisão por fases, mas sobretudo a justificação e a forma como as diversasetapas do pensamento <strong>de</strong> Peirce se suce<strong>de</strong>m, quase como que dialecticamente,por necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento interno relativamente ao períodoque as antece<strong>de</strong>, tornam a sua leitura extremamente atraente. E se é certo quemuitos scholars contestam esta visão <strong>de</strong> um pensamento fatiado em etapas,ela não <strong>de</strong>ixa por isso <strong>de</strong> ser útil para a compreensão <strong>de</strong> Peirce, sendo quemuitos dos insights <strong>de</strong> Apel são verda<strong>de</strong>iramente brilhantes. Mas não é nadadisso que por ora importa aqui. O valor da leitura <strong>de</strong> Apel – elevado – temum interesse menor neste contexto. Aqui interessa sobretudo a recepção <strong>de</strong>Peirce, a influência que tem no pensamento do próprio Apel, e como estesmateriais irão ser aproveitados para a construção <strong>de</strong> uma ética do discursoracionalmente fundada numa pragmática ou semiótica transcen<strong>de</strong>ntal, cujasbases serão lançadas pela transformação semiótica da filosofia da consciênciaoperada por Peirce.Assim, a perspectiva teórica que orienta o início dos trabalhos <strong>de</strong> Apel é aseguinte: três gran<strong>de</strong>s <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> mediação entre teoria e praxis representama resposta do século XIX ao primado kantiano da razão prática e à falênciado hegelianismo: Marxismo, Existencialismo e Pragmatismo. É em Peirceque a fundação <strong>de</strong> uma filosofia crítica em geral — ou semiótica transcen<strong>de</strong>ntal— se torna a preocupação principal, e por isso Apel vai antes <strong>de</strong> maistomá-lo como um bem sucedido her<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Kant, ganhando, no interior dopensamento do próprio Apel, on<strong>de</strong> funciona como alternativa e contrapeso a14 . “The task of un<strong>de</strong>rstanding and interpreting Peirce poses tangled difficulties. Peirce neverwrote a single systematic treatise that sums up his position, or even stands as a centerpieceof his philosophy. Furthermore, Peirce’s writings are so varied – ranging over all human knowledgeand experience – that they pose a challenge to any interpreter to <strong>de</strong>tec an un<strong>de</strong>rlyingcoherence and unity of thought. Despite Peirce’s interest in system and architectonic, his writingspresent the appearance of being fragmentary and at times even seem to be incompatiblewith each other. The problem that any interpreter of Peirce faces is how to make sense of, howto see the thematic unity of what appears to be so disparate and even chaotic. Apel’s solutionto his problem of interpretation is to analyze Peirce’s thought from a <strong>de</strong>velopmental perspective.”,BERNSTEIN, Richard, in APEL, Karl-Otto, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce — from Pragmatismto Pragmaticism, 1995, Humanities Press, New Jersey, p. XXV.www.labcom.pt✐✐✐✐

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