13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Ética e heteronomia 381pria constituição. 21 Nenhuma comunicação po<strong>de</strong> ser não-vaga ou totalmente<strong>de</strong>terminada, em primeiro lugar pela impossibilida<strong>de</strong> manifesta <strong>de</strong> compararas qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sentimento <strong>de</strong> dois sujeitos diferentes. Precisão absoluta éimpossível sempre que estejam envolvidas questões <strong>de</strong> grau ou outra qualquerpossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> variação contínua (“Chove muito”, mas quanto é muito?); eainda porque a conotação das palavras acessível a cada indivíduo, e portantoa sua interpretação, está sujeita a infindáveis variações, pela impossibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> comparar experiências: “Mesmo nas nossas concepções mais intelectuais,quanto mais lutamos para sermos precisos, mais inatingível a precisão nosparece. Nunca <strong>de</strong>veria ser esquecido que o nosso próprio pensamento é prosseguidocomo um diálogo, e assim, embora num grau menor, está sujeito aquase todas as imperfeições da linguagem”. 22Ora todas estas razões que tornam a comunicação vaga – e para Peircea i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> precisão que temos nas situações vulgares é pura ilusão – trazemcomo consequência um contínuo <strong>de</strong>sdobramento do processo comunicacional,a sua ruminação e aprofundamento, que alimenta qualquer discussão. Não ésó o locutor que fica autorizado a continuamente precisar o sentido das suaspalavras, também o auditor fica envolvido numa complexa teia <strong>de</strong> interpretaçõese re-interpretações que hão-<strong>de</strong> produzir a compreensão e que são, comojá o vimos, <strong>de</strong>vido à natureza <strong>de</strong>sta, comunicacionais. 23“As pessoas honestas, quando não estão a gracejar, preten<strong>de</strong>m tornar osignificado das suas palavras <strong>de</strong>terminado, <strong>de</strong> forma a que não haja nelas qualquerlatitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação. Isto é, a característica do seu significado consistenas implicações e não-implicações das suas palavras; e elas preten<strong>de</strong>mfixar o que é e não é implicado. Acreditam ter sucesso ao fazê-lo, e se a conversafor sobre teoria dos números, talvez tenham. Mas quanto mais os seus21 . “But the answer that a closer scrutiny dictates in some cases is that it is not becauseinsufficient pains have been taken to preci<strong>de</strong> the residuum [<strong>de</strong> uma proposição] that it is vague:it is that it is vague intrinsically”, Collected Papers, 5.508.22 . Collected Papers, 5.506.23 . “All thinking is dialogic in form. Your self of one instant appeals to your <strong>de</strong>eper self forhis assent. Consequently, all thinking is conducted in signs that are mainly of the same generalstructure as words, those which are not so, being of the nature of those signs of which we haveneed now and then on our converse to one another to eke out the <strong>de</strong>fects of words, or symbols”,Collected Papers, 6.338.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!