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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 141quanta realida<strong>de</strong> (não-linguística, não mediada, ou não-conceptual) po<strong>de</strong> entrarnas nossas experiências imediatas <strong>de</strong> primeirida<strong>de</strong> e secundida<strong>de</strong>”. 50 Apelafirma que índices e ícones apontam para os objectos da percepção, fazendoosassomar à linguagem, mas na verda<strong>de</strong> não chega a explicar o mecanismopelo qual estes expressam essa realida<strong>de</strong>. Há um “mito do dado” na reconstruçãoapeleana da semiótica, conclui Nagl, mito esse que procura escaparao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> diádica próprio por exemplo do Círculo <strong>de</strong> Viena,<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a influência da mediação simbólica mesmo nas representaçõesicónicas do real, mas que permanece obscuro quanto à forma como índices eícones ancoram a linguagem no real. 51Adélio <strong>de</strong> Melo, que <strong>de</strong>dica algumas páginas do seu inquérito semióticotranscen<strong>de</strong>ntala Apel é, quanto a este, dos autores mais críticos. 52 No esquemaapeleano Melo <strong>de</strong>scortina um teleologismo oculto patente no i<strong>de</strong>al regulador<strong>de</strong> progressiva aproximação à verda<strong>de</strong>. A comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> comunicação,que constitui a finalida<strong>de</strong> reguladora <strong>de</strong> toda a acção argumentativa,ainda que inalcançável, é posta, ou pressuposta, logo no início do processo,e a partir daí as discussões reais <strong>de</strong>ver-se-ão conformar a ela, <strong>de</strong> uma formaque é afirmada, mas não explicada nem justificada. 53 Mesmo que existissemregras pragmático-transcen<strong>de</strong>ntais válidas para qualquer situação discursiva,50 . “It leads directly to the question of how much (nonlinguistic, nonmediated, or nonconceptual)reality can ever enter our immediate experiences of firstness and secondness”, inNAGL, Ludwig, “The ambivalent status of reality in K.O. Apel’s “transcen<strong>de</strong>ntal- pragmatic”reconstruction of Peirce’s semiotic”, in MOORE, Edward, & ROBIN, Richard (eds.), FromTime and Chance to Consciousness — Studies in the Metaphysics of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce,1994, Berg, Oxford Provi<strong>de</strong>nce, USA, p. 59.51 . “Apel does so [insiste que os signos icónicos e in<strong>de</strong>xicais são também linguísticos]without explaining how the specific qualities of a given are ever able to enter our linguisticpredications at all (. . . ) Apel himself claims (with Peirce) that “in<strong>de</strong>xical signs are capable,within the context of the actual situation, to direct our attention (and intention) to given qualities(firstness), and possibly to qualities of hitherto unknown phenomena” (. . . ) however,it becomes very unclear how icons and indices actually manage to “hook language onto theworld””, i<strong>de</strong>m, pp. 61-62.52 . MELO, Adélio, Categorias e Objectos – Inquérito Semiótico-Transcen<strong>de</strong>ntal, sd, col.Estudos Gerais, Série Universitária, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa.53 . “... tendo-se embora um i<strong>de</strong>al regulador <strong>de</strong> aproximação à verda<strong>de</strong>, esse i<strong>de</strong>al, comojá várias vezes insinuamos, no fundo não é um i<strong>de</strong>al, mas um conceito teleológico (<strong>de</strong>verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> consenso)”, in MELO, Adélio, Categorias e Objectos – Inquérito Semiótico-Transcen<strong>de</strong>ntal, sd, col. Estudos Gerais, Série Universitária, Imprensa Nacional Casa da Moeda,Lisboa, p. 707.www.labcom.pt✐✐✐✐

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