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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐316 Anabela GradimDirige-se a alguém, isto é, cria na mente <strong>de</strong>ssa pessoa um signo equivalente,ou talvez um signo mais <strong>de</strong>senvolvido. A esse signo que cria chamo o interpretantedo primeiro signo. O signo está por alguma coisa, o seu objecto. Estápor esse objecto não em todos os seus aspectos, mas em referência a uma espécie<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia, que algumas vezes chamei <strong>de</strong> fundamento do representamen”. 149Três aspectos há a <strong>de</strong>stacar nesta <strong>de</strong>finição. Por um lado, o carácter vicáriodo signo que permite que este substitua a favor do seu objecto; por outro,o modo ou forma como o faz. Essa representação <strong>de</strong> um outro é exercida apartir <strong>de</strong> um fundamento, ou, como Peirce dirá noutros pontos, abstracção.Significa isto que o signo dá conta do seu objecto não sob todos os aspectos(caso em que seria não um representativo, mas imagem ou cópia, como já notavaJoão <strong>de</strong> São Tomás), mas com respeito a uma abstracção <strong>de</strong> parte das suascaracterísticas, abstracção essa que constitui então o fundamento (ground). Éassim que uma ovelha não representa outra ovelha, nem uma zebra outra zebra.Mas se preten<strong>de</strong>r produzir, por exemplo, um ícone da zebra, serei tentadoa <strong>de</strong>senhar uma espécie <strong>de</strong> muar com riscas, que representará todos os animais<strong>de</strong>ssa classe. Ora, neste meu ícone, faço abstracção <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> característicasfísicas do animal (a mais óbvia, as riscas), e represento-o por meio<strong>de</strong>ssa abstracção ou fundamento. Jamais me ocorreria representá-lo a partirdo aspecto lateral dos cascos. A abstracção é sempre necessária, porque tambémme seria impossível representá-la sob todos os aspectos; se o tentasse, omeu ícone teria <strong>de</strong> ter a exacta forma viva <strong>de</strong> uma zebra, com pêlo, respiraçãoe tudo – teria <strong>de</strong> ser uma verda<strong>de</strong>ira zebra, e já não seria uma representação<strong>de</strong>la mas sua imagem. Suce<strong>de</strong> o mesmo com todos os tipos <strong>de</strong> fundamento queé necessário supor ao signo: 150 representam sob um <strong>de</strong>terminado aspecto. Oraeste fundamento, que <strong>de</strong>termina a triadicida<strong>de</strong> da relação do signo, é geral.Mas não é tudo quanto à acção do signo. Mais importante ainda é que estecria na mente do seu intérprete um interpretante, que Peirce diz ser um signoequivalente ou até mais <strong>de</strong>senvolvido. Ora, se o interpretante é um signo, que149 . Collected Papers, 2.228.150 . “Moreover, the conception of a pure abstraction is indispensable, because we cannotcomprehend and agreement of two things, except as an agreement in some respect, and thisrespect is such a pure abstraction as blackness. Such a pure abstraction, reference to whichconstitutes a quality or general attribute, may be termed a ground”, Collected Papers, 1.551;ou ainda, um signo só é signo “in some respect or quality, which brings it into connection withits object”, i<strong>de</strong>m, 5.283.www.labcom.pt✐✐✐✐

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