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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 279se também o conhecimento das palavras; mas ouvidas as palavras, nem aspalavras se apren<strong>de</strong>m”. 46A conclusão <strong>de</strong> Agostinho é que o verda<strong>de</strong>iro conhecimento não se obtéma partir dos signos; estes são sinais que convocam o homem a voltar-se para oseu interior, on<strong>de</strong> o Mestre mediante iluminação divina o ensina dando-lhe asaber o que há.Mas o texto fundador da semiótica agostiniana é De Doctrina Christiana,um tratado <strong>de</strong> hermenêutica sobre o modo <strong>de</strong> interpretar as Sagradas Escriturascomposto por quatro livros, sendo o segundo inteiramente <strong>de</strong>dicado aoestudo dos signos.É evi<strong>de</strong>nte, como já foi mencionado, que Agostinho é sobretudo movidopor preocupações religiosas, e no caso <strong>de</strong> De Doctrina, hermenêuticoteológicas,mas como as Escrituras são um vasto conjunto <strong>de</strong> signos, aclararo seu estatuto, conferindo um enquadramento semiótico à teoria da interpretaçãoque explana, é a tarefa que se lhe impõe.Neste texto a temática do Mestre é <strong>de</strong> pronto abandonada, com a tese <strong>de</strong>que toda a instrução se reduz ao ensino <strong>de</strong> coisas e signos, e que as coisasse conhecem por meio <strong>de</strong> signos. 47 Estes são <strong>de</strong>finidos como “tudo o quese emprega para dar a conhecer alguma coisa, embora nem todas as coisassejam signos”. 48 É logo no início do Livro II que Santo Agostinho dará a suacélebre e influente <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> signo: “Signum est enim res, praeter speciesquam ingerit sensibus, aliud aliquid ex se faciens in cogitationem venire”. 49Signo é então uma coisa que, além da espécie que apresenta aos sentidos, faz,a partir <strong>de</strong> si, com que uma coisa distinta <strong>de</strong>le próprio venha ao pensamento –aliquid stat pro aliquo – na versão con<strong>de</strong>nsada.O signo é uma realida<strong>de</strong> material que está numa relação <strong>de</strong> substituiçãocom a coisa significada e apresenta uma realida<strong>de</strong> distinta <strong>de</strong> si ao intelecto.Divi<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>pois, segundo Agostinho, em naturais – que significam sem46 . I<strong>de</strong>m, p. 68.47 . “Omnis doctrina vel rerum est, vel signorum, sed res per signa discuntur”, AGOSTINHODE HIPONA, De Doctrina Christiana, 1969, Biblioteca <strong>de</strong> Autores Cristianos – BAC, LaEditorial Catolica, Madrid, p. 58.48 . “Ex quo intelligitur quid apellem signa; res eas vi<strong>de</strong>licet quae ad significandum aliquidadhibentur. Quamobrem omne signum etiam res aliqua est; quod enim nulla res est, omninonihil est; non autem omnis res etiam signum est”, i<strong>de</strong>m, p. 59.49 . I<strong>de</strong>m, p. 97.www.labcom.pt✐✐✐✐

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