13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Ética e heteronomia 389<strong>de</strong> regular e fundamentar a activida<strong>de</strong> humana, já que esta é apenas um casorestrito no seio <strong>de</strong> processos semiósicos mais gerais (recor<strong>de</strong>mos a incessantegeneralização da semiótica a que Peirce se <strong>de</strong>votou) – o fim da activida<strong>de</strong>humana há-<strong>de</strong> ser revelado apenas com a <strong>de</strong>scoberta da unida<strong>de</strong> fundamentalfornecida pelas ciências normativas. 44No fundo o fundacionismo apeleano, com a sua transcen<strong>de</strong>ntalização dasemiótica, apenas fundamenta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> validação <strong>de</strong> normas moraisbásicas universais – o que é <strong>de</strong> si suficiente para lhe garantir o lugar <strong>de</strong>stacadoque merecidamente goza no <strong>de</strong>bate ético contemporâneo – mas não solucionao problema do agenciamento humano, 45 algo que, creio, um retorno a umcenário <strong>de</strong> tipo pós-hegeliano como o esboçado por Peirce - que Apel, evi<strong>de</strong>ntemente,rejeita – po<strong>de</strong>ria permitir resolver. Como? De novo há que retornarao ponto em que Apel <strong>de</strong>ixara o <strong>de</strong>bate: negação do racionalismo típico daciência positivista; recusa das utopias pós-mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> um fim ou fragmentaçãoda razão; rejeição do carácter <strong>de</strong>masiado abstracto das éticas <strong>de</strong>ônticas, erejeição do oposto nas éticas <strong>de</strong> inspiração aristotélica: o seu excessivo particularismo.46 Se a arquitectura da Ética da Discussão, tal como foi concebidacom a divisão em parte A e B permite conciliar os dois últimos aspectos, evi-44 . “Consensus is a function of these universal pragmatic conditions of communication. Reason, as he sees it, is manifested solely in intersubjective communication. This conceptionof communicative rationality is rooted in the framework of language. But Peirce doubted thatlanguage and the rationality structures which exhibits can ever yield this justification. Justhow far he distanced himself from the linguistic paradigm is apparent from his reflections ondiagrammatic thinking. The form of diagrammatic-graphic un<strong>de</strong>rstanding and communicationwhich he used to mo<strong>de</strong>l not only mathematical and scientific inquiry, but also the basic structureof prescientific, everyday thought transcen<strong>de</strong>d and relativized the framework of languagepragmatics. We do not yet un<strong>de</strong>rstand the structures on which thought, especially creative thinking,<strong>de</strong>pends. It would be impru<strong>de</strong>nt to make a <strong>de</strong>cision that would prematurely bind us to alinguistic paradigm”, i<strong>de</strong>m, p. 270.45 . Human agency, na bibliografia inglesa sobre o tema. Hesito muito, muitíssimo, se vertêlopor “agenciamento humano” será utilizar a expressão correcta, embora haja em portuguêsum sentido <strong>de</strong> agenciamento em que este significa “servir <strong>de</strong> agente”. Em todo o caso, eminglês a expressão refere-se à acção do agente moral individual, à titularida<strong>de</strong> da acção porum sujeito – e era esse o sentido que gostaria <strong>de</strong> veicular com a expressão que traduzi paraportuguês.46 . Esta interpretação concorda com a explanada por Eduardo Mendieta ao longo do seuúltimo livro – a primeira monografia em língua inglesa <strong>de</strong>dicada a Apel: MENDIETA, Eduardo,Adventures of Transcen<strong>de</strong>ntal Philosophy – Karl-Otto Apel’s Semiotics and Discourse Ethics,Rowman & Littlefield Publishers, 2002, Oxford.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!