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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐368 Anabela Gradimção do <strong>sistema</strong>, que ora termino, a sua característica arquitectónica se tornariapatente.Assim o creio, e por isso <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cumprido este percurso, tentarei oferecera visão – agora esclarecida – da metafísica como pedra angular da arquitectónica.Não é <strong>de</strong> somenos a insistência neste ponto, já que ele remete parao tema que trataremos a seguir: o sentimentalismo peirceano.Kant consi<strong>de</strong>rava que a construção arquitectónica das teorias, ou sistemática,é “a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimentos diversos sob uma i<strong>de</strong>ia” 100 que <strong>de</strong>terminaa priori o lugar respectivo das partes. Estas reportam-se umas às outras nai<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sse fim, que é o que torna possível o todo.Demais, a realização do princípio unificador do <strong>sistema</strong>, que consubstanciaa arquitectónica, não é imediata nem ab initio. Muito provavelmente, elesó será encontrado próximo do termo da tarefa. “Ninguém tenta estabeleceruma ciência sem ter uma i<strong>de</strong>ia por fundamento. Simplesmente, na elaboração<strong>de</strong>ssa ciência, o esquema e mesmo a <strong>de</strong>finição, que inicialmente se dá <strong>de</strong>ssaciência, raramente correspon<strong>de</strong>m à sua i<strong>de</strong>ia, pois esta resi<strong>de</strong> na razão, comoum gérmen, no qual todas as partes estão ainda muito escondidas, muito envolvidase dificilmente reconhecíveis à observação microscópica. É por isso quetodas as ciências, sendo concebidas do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> um certo interessegeral, precisam <strong>de</strong> ser explicadas e <strong>de</strong>finidas, não segundo a <strong>de</strong>scrição quelhes dá o seu autor, mas segundo a i<strong>de</strong>ia que se encontra fundada na própriarazão, a partir da unida<strong>de</strong> natural das partes que reuniu. Verifica-se então, comefeito, que o autor e muitas vezes ainda os seus sucessores mais tardios se enganamacerca <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia que não conseguiram tornar clara para si mesmose, por isso, não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar o conteúdo próprio, a unida<strong>de</strong> sistemática eos limites da ciência. É lamentável que só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter passado muito tempoorientados por uma i<strong>de</strong>ia profundamente escondida em nós, a reunir rapsodicamente,como materiais, muitos conhecimentos que se reportam a essa i<strong>de</strong>iae mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> os ter por muito tempo disposto <strong>de</strong> uma maneira técnica,nos seja enfim possível, pela primeira vez, ver a i<strong>de</strong>ia a uma luz mais clara aesboçar arquitectonicamente um todo segundo os fins da razão”. 101100 . KANT, Immanuel, Crítica da Razão Pura, trad. SANTOS, Manuela Pinto & MORUJÃO,Alexandre Fradique, 2 a ed., 1989, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, p. 657.101 . KANT, Immanuel, Crítica da Razão Pura, trad. SANTOS, Manuela Pinto & MORUJÃO,Alexandre Fradique, 2 a ed., 1989, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, p. 658-659.www.labcom.pt✐✐✐✐

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