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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 273e confusão”. 22 O conhecimento só se atinge pelo diálogo entre mestre e discípulo,através <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> ascese que é proporcionado por esse diálogo,po<strong>de</strong>ndo no fim da operação “iluminar a natureza <strong>de</strong> qualquer objecto”. 23Na mesma linha do Crátilo, a VII Carta é um manifesto ainda mais enérgicocontra a escrita, e um trabalho que <strong>de</strong>nota o extremo pessimismo <strong>de</strong> Platãoface às palavras e aos nomes. As coisas só po<strong>de</strong>rão ser verda<strong>de</strong>iramenteconhecidas por elas próprias – temática que reencontraremos no platónicoAgostinho – e toda a mediação surge a uma luz extremamente negativa dadoser ela própria que abre ao mundo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erro. Platão inauguratambém aqui a cisão aparência/realida<strong>de</strong> que percorrerá todo o pensamentooci<strong>de</strong>ntal até Descartes e Kant, e que o pragmatismo tentará dissolver.A <strong>de</strong>sconfiança platónica acerca da linguagem terá o seu contraponto nofascínio e entusiasmo que o seu potencial suscita junto dos sofistas. Umaincipiente pragmática po<strong>de</strong> atribuir-se ao maior <strong>de</strong> entre todos eles, emborafosse preocupação geral da escola. Górgias é um homem <strong>de</strong>slumbrado com opo<strong>de</strong>r da linguagem junto dos interlocutores, que nota e tratará <strong>de</strong> maximizarno seu ensinamento retórico.Terá sido elevada a influência <strong>de</strong> Górgias (485-590?) na Grécia Antiga,<strong>de</strong> tal modo que <strong>de</strong>u origem a um verbo – gorgianizar – embora a luz a que amaioria <strong>de</strong>stas informações nos chegaram seja muito <strong>de</strong>sfavorável, <strong>de</strong>vido aotestemunho <strong>de</strong> Platão. 24No Elogio <strong>de</strong> Helena 25 Górgias tenta <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r e ilibar a bela causadora daGuerra <strong>de</strong> Tróia, que por razões obscuras (rapto? sedução?) troca o marido22 . “... that of the two objects of search - the particular quality and the being of an object –the soul seeks to know not the quality but the essence, whereas each of these four instrumentspresents to the soul, in discourse and in examples, what she is not seeking, and thus makes iteasy to refute by sense perception anything that may be said or pointed out, and fills everyone,so to speak, with perplexity and confusion”, i<strong>de</strong>m, 1660.23 . I<strong>de</strong>m, p. 1660.24 . Para uma reabilitação da imagem dos sofistas, distanciado-a do testemunho e programaplatónico, vd. MARROU, Henri, Histoire <strong>de</strong> l’éducation dans l’antiquité, Le Mon<strong>de</strong> Grecque,vol. I, 1982, Seuil, Paris; ROMILLY, Jacqueline <strong>de</strong>, Les Grands Sophistes dans L’Athénes <strong>de</strong>Péricles, 1988, Éditions <strong>de</strong> Fallois, Paris; e ROMEYER-DHERBEY, Gilbert, Os Sofistas, 1986,Edições 70, Lisboa.25 . GÓRGIAS, Testemunhos e Fragmentos, edição bilingue grego/português, trad. port. <strong>de</strong>Manuel Barbosa e <strong>de</strong> Inês <strong>de</strong> Ornellas e Castro, Lisboa, Colibri, 1993.www.labcom.pt✐✐✐✐

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