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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐50 Anabela Gradimcia do hegelianismo – que a história do pensamento oci<strong>de</strong>ntal vem fazendo noúltimo século.Gilbert Hottois, que se <strong>de</strong>bruçou sobre o pensamento do autor no seu DuSens Commun à la Société <strong>de</strong> Communication, 61 fala em primeiro e segundoApel. Creio que é possível, com tudo o que este tipo <strong>de</strong> compartimentaçõestem <strong>de</strong> artificial, distinguir três momentos no seu pensamento filosófico.No primeiro, que coinci<strong>de</strong> com os ensaios iniciais <strong>de</strong> Towards a Transformationof Philosophy, Apel preocupa-se sobretudo em acertar contas como passado do pensamento filosófico oci<strong>de</strong>ntal, especialmente do início do século,rejeitando todas as versões <strong>de</strong> positivismo, empirismo lógico e neopositivismo,que qualifica pejorativamente <strong>de</strong> “cientismo”. Hottois i<strong>de</strong>ntifica aindanesta fase um fascínio, mesmo que superficial, por um certo tipo <strong>de</strong> hermenêutica“poética” e “anómica” cuja inspiração radica em Höl<strong>de</strong>rlin e Hei<strong>de</strong>gger,mas que rapidamente abandona. 62Na fase em que advogará a Transformação da Filosofia propriamentedita Apel vai <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma re-transcen<strong>de</strong>ntalização <strong>de</strong>sta que tenha em contaas contribuições da hermenêutica e da linguística. É o período semióticotranscen<strong>de</strong>ntal,quando se torna aparente que através <strong>de</strong> uma semiótica triádicatal como a esboçada por Peirce e Morris, haverá espaço para a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> fundamentação <strong>de</strong> uma Pragmática Transcen<strong>de</strong>ntal.Esta <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma re-transcen<strong>de</strong>ntalização engloba a transformação semiótica,engendrada por Peirce, da filosofia da consciência kantiana, substituindoa apercepção transcen<strong>de</strong>ntal por um sujeito colectivo que se submeteàs regras <strong>de</strong> mediação e compreensão sígnica comunais.Por último, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar como uma terceira fase as tentativas <strong>de</strong>fundamentar uma ética do discurso na partilha <strong>de</strong> uma racionalida<strong>de</strong> una, queradica nas pressuposições transcen<strong>de</strong>ntais <strong>de</strong> qualquer discurso – e <strong>de</strong> fundamentaçãotranscen<strong>de</strong>ntal da ética – e suas relações com uma ética histórica,61 . HOTTOIS, Gilbert, Du sens commun a la société <strong>de</strong> communication – Étu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> philosophiedu langage (Moore, Wittgenstein, Wisdom, Hei<strong>de</strong>gger, Perelman, Apel), 1989, LibrairiePhilosophique Jean Vrin, Paris.62 . “Ce qui a bien pu tenter à un certain moment le premier Apel (. . . ) c’est l’idée d’une sorte<strong>de</strong> herméneutique poétique, anormative ; l’image du dialogue entre <strong>de</strong>s horizons historicolinguistiquesdifférents (. . . ) Il y a lá une tentation typique <strong>de</strong> l’herméneutique telle qu’elle sedéveloppe chez Gadamer”, HOTTOIS, Gilbert, Du sens commun a la société <strong>de</strong> communication– Étu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> philosophie du langage (Moore, Wittgenstein, Wisdom, Hei<strong>de</strong>gger, Perelman,Apel), 1989, Librairie Philosophique Jean Vrin, Paris, p. 197.www.labcom.pt✐✐✐✐

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