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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 197este aspecto da experiência humana é A dá B a C. A relação <strong>de</strong> doação nãoconsiste em A largar B e este ser subsequentemente apanhado por C – nessecaso teríamos meramente duas relações diádicas – mas em A tornar C possuidor<strong>de</strong> B <strong>de</strong> acordo com uma regra ou lei, e esse processo não é físico, éessencialmente da or<strong>de</strong>m do mental, e po<strong>de</strong> suce<strong>de</strong>r sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> queB mu<strong>de</strong> sequer <strong>de</strong> mãos. 88Um Terceiro é mediador por excelência: relaciona um Primeiro com umSegundo <strong>de</strong> acordo com uma regra ou lei. O exemplo mais puro <strong>de</strong> Terceirida<strong>de</strong>,aquela que é genuína, é, para Peirce, o do signo, que media entre o interpretantee o seu objecto, tornando esse objecto presente a um interpretantemediante uma regra, ou “mediando entre o interpretante e o seu objecto”, porforma a tornar a coisa conhecida.A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Terceirida<strong>de</strong> é “a modificação do ser <strong>de</strong> um sujeito que é ummodo <strong>de</strong> um Segundo enquanto é a modificação <strong>de</strong> um Terceiro”. 89 Cabemnesta categoria as leis, os hábitos e as regras gerais, porque são uma forma <strong>de</strong>“induzir um facto a causar outro”. 90Terceirida<strong>de</strong> é o meio que liga um Primeiro e um Segundo, sujeito e termo<strong>de</strong> uma relação, e está presente nas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong>, infinitu<strong>de</strong>, continuida<strong>de</strong>,difusão, crescimento, inteligência, regra, lei, or<strong>de</strong>m. 91 É a realida<strong>de</strong>e operativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Thirdness no Universo que faz <strong>de</strong> Peirce um “realista escolásticoextremo”: é que não admitir a realida<strong>de</strong> da Terceirida<strong>de</strong> – que estanão é um “nome” mas opera in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da acção do homem ou <strong>de</strong>ser percebida – é recuar até uma posição puramente nominalista.A crença na existência real da categoria <strong>de</strong> mediação e da sua operativida<strong>de</strong>no mundo é que faz <strong>de</strong> Peirce um realista, separando-o do nominalismo.Para o nominalista, or<strong>de</strong>m, lei e mediação só resi<strong>de</strong>m na mente humana, quea “põe” nas coisas do mundo real. Para Peirce e qualquer realista ela opera, é<strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce and Victoria Lady Welby, ed. HARDWICK, <strong>Charles</strong> S., Indiana UniversityPress, 1977, Bloomington, Indiana, p. 29.88 . “There must be some kind of law before there can be any kind of giving – be it but thelaw of the strongest”, in PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Semiotics and Significs — The Correspon<strong>de</strong>nceBetween <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce and Victoria Lady Welby, ed. HARDWICK, <strong>Charles</strong> S.,Indiana University Press, 1977, Bloomington, Indiana, p. 29.89 . PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Reasoning and the Logic of Things, ed. KETNER, KennethLaine, Harvard University Press, 1992, Cambridge, Massachusetts, p. 148.90 . I<strong>de</strong>m.91 . Collected Papers, 1.340.www.labcom.pt✐✐✐✐

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