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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 203tureza <strong>de</strong> um terceiro ou pensamento, embora nas relações que estabelecementre si sejam Primeiro, Segundo e Terceiro. A forma mais pura <strong>de</strong> Terceirida<strong>de</strong>,a genuína, é a que ocorre no signo e no seu modo <strong>de</strong> funcionamento. 118A relação existente entre um signo, o objecto que representa, e o interpretante,que é um pensamento e ele próprio um signo, é encarnação da genuinida<strong>de</strong> dacategoria. 119 Também a forma como muitos eventos se dão na natureza, obe<strong>de</strong>cendoa leis, é genuína Terceirida<strong>de</strong>. Tome-se a faísca – um terceiro – quecai num barril <strong>de</strong> pólvora – primeiro – e causa uma explosão – segundo. Esseefeito ocorreu em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma lei inteligível da natureza. Ora “é a inteligibilida<strong>de</strong>,ou razão objectificada, que faz thirdness genuína”, 120 diz Peirce.O primeiro grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>generação da terceira categoria ocorre quando aTerceirida<strong>de</strong> é, por assim dizer, exterior aos elementos nos quais se manifesta,que permanecem eles próprios segundos. Ocorre quando não há no facto emsi verda<strong>de</strong>ira mediação, mas apenas verda<strong>de</strong>ira dualida<strong>de</strong>. 121 Isto é, a Terceirida<strong>de</strong>exerce-se sobre elementos que são e permanecem segundos. No grauseguinte, a Terceirida<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>generada, nem sequer existe verda<strong>de</strong>ira dualida<strong>de</strong>no facto em si.Peirce dá como exemplo do primeiro grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>generação o alfinete queune duas coisas atravessando-as. Se uma <strong>de</strong>las <strong>de</strong>saparecesse, o alfinete continuariaa perfurar a que restava. Cada objecto unido é uma ocorrência ouSegundo, e aquilo que os une, o alfinete, é aci<strong>de</strong>ntal e permanece-lhes exterior.Ou como suce<strong>de</strong> neste conjunto <strong>de</strong> dois factos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: alguématira uma pedra fora, e uma pessoa que vai a passar apanha com ela e morre.São terceiros aci<strong>de</strong>ntais, que unem factos em si segundos. Já seria um casobem diferente se houvesse intenção e tivesse sido feita pontaria para que a pedraproduzisse aquele efeito. “A consciência sintética <strong>de</strong>generada em primeirograu, correspon<strong>de</strong>ndo à terceirida<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntal, é on<strong>de</strong> existe uma compulsãoexterna sobre nós para pensarmos as coisas em conjunto”. 122 Trata-se <strong>de</strong> umamera complicação da dualida<strong>de</strong>. 123O grau mais <strong>de</strong>generado <strong>de</strong> Terceirida<strong>de</strong> ocorre quando se concebe uma118 . Collected Papers, 1.537.119 . Collected Papers, 8.332.120 . Collected Papers, 1.366.121 . Collected Papers, 1.366.122 . Collected Papers, 1.383.123 . Collected Papers, 5.70www.labcom.pt✐✐✐✐

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