13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 291<strong>de</strong>svelar, utilizando esta lógica das relações, a peculiarida<strong>de</strong> dos fenómenosperceptivos, a sua ligação com a estrutura ontológica do mundo, e a maneiracomo é possível traduzi-la e plasmá-la em formas expressivas palpáveis e,mais importante ainda, comunicáveis a outrem.Toda a arquitectura do Tractatus se orienta assim numa tentativa <strong>de</strong>, permanecendofi<strong>de</strong>lissimamente discípulo <strong>de</strong> São Tomás, explicar e fundamentar,através <strong>de</strong> um mecanismo preciso e funcional, a totalida<strong>de</strong> dos processos <strong>de</strong>significação. João conce<strong>de</strong> um estatuto claro a estes fenómenos, salvando orealismo e a cognoscibilida<strong>de</strong> dos entes. O Tractatus é central a toda a ArsLogicae <strong>de</strong>vido precisamente a este seu papel fundador, pois trata <strong>de</strong> um temaanterior a todas as restantes operações da lógica, que <strong>de</strong>le passarão a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r.Os Mo<strong>de</strong>rnosSuce<strong>de</strong> neste caso o mesmo que com Agostinho: embora tenha vivido empleno século XVII, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que João <strong>de</strong> São Tomás, que é ummedieval no estilo, espírito e convicções, encerra o <strong>de</strong>bate sobre o signo talcomo foi admitido pela escolástica. A partir daqui, do final da Ida<strong>de</strong> Média,é menos rica a tradição, e menos vivo o <strong>de</strong>bate, que culminará em Locke, oautor que virá a cunhar o termo semiótica, e que conduz a Peirce e a Saussuree ao projecto que ambos tinham <strong>de</strong> a fundar como ciência.No período que me<strong>de</strong>ia entre Dante e Humboldt não há nem uma disciplinanem uma direcção <strong>de</strong> investigação filosófica a que se pu<strong>de</strong>sse chamar“filosofia da linguagem”. 69 Se há um ponto unificador do trabalho dos mo<strong>de</strong>rnosé a crítica ao “verbalismo” escolástico e a <strong>de</strong>sconstrução da pansemiosemetafísica que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Agostinho percorre toda a Ida<strong>de</strong> Média, e <strong>de</strong> que é exemploFrancis Bacon (1561-1626). 70 O que caracterizará então a semiótica atéao século XVIII é, além da crítica ao escolasticismo, a tentativa <strong>de</strong> construir69 . TRABANT, Jurgen, “Sign Conceptions in the Philosophy of Language from the Renaissanceto the Early 19 th Century”, in Semiotics, A Hand-Book on the Sign-Theoretic Foundationsof Nature and Culture, vol. II, 1998, Walter <strong>de</strong> Gruyter, New York, p. 1270-1279.70 . “The critique of the Renaissance’s all embracing conception of the universe (and oflanguage therein) as a network of natural analogical “signs”, whose <strong>de</strong>ciphering is what scienceis all about, leads to suspicion towards “semiotic” theories of scientific method”, DASCAL,Marcelo & DUTZ, Klaus, “The Beginnings of Scientific Semiotics”, Semiotics, A Hand-Bookon the Sign-Theoretic Foundations of Nature and Culture, vol. 1, 1997, Walter <strong>de</strong> Gruyter,New York, p. 753.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!