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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 43Este jogo <strong>de</strong> linguagem transcen<strong>de</strong>ntal da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçãoilimitada é composto, conforme Apel, por regras a priori que vinculam mesmoesse acordo linguístico, e que são inalteráveis em qualquer jogo <strong>de</strong> linguagempossível – transcen<strong>de</strong>ntais, portanto. Tais regras não po<strong>de</strong>m ser estabelecidaspor convenção, mas tornam as convenções possíveis.O postulado da existência <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> linguagem transcen<strong>de</strong>ntal é aindareforçado quando se faz notar que se alguém, tal como Wittgenstein fará, sugereque os diversos jogos <strong>de</strong> linguagem como factos dados são o horizonte finaldas regras para a compreensão do significado, torna-se inconcebível comopo<strong>de</strong>m essas formas <strong>de</strong> vida ser compreendidas e dadas como jogo <strong>de</strong> linguagem.Isto é, não é possível apreendê-los e falar <strong>de</strong>les sem pressupor ummetajogo <strong>de</strong> linguagem no qual se pu<strong>de</strong>sse fazê-lo. 42 Este, supostamente, seriacapaz <strong>de</strong> “participação interpretativa” em todas as formas <strong>de</strong> vida dadas“se o simples facto <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>rmos a existência <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> vida estranhasfor possível”. 43 Mesmo advogar uma incomensurabilida<strong>de</strong> estrita seria,<strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista, auto-contraditório.O metajogo <strong>de</strong> linguagem transcen<strong>de</strong>ntal é o instrumento fundamental dacomunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação. A caminhada histórica da humanida<strong>de</strong> é, sobeste ponto <strong>de</strong> vista, também a realização <strong>de</strong>ste jogo <strong>de</strong> linguagem transcen<strong>de</strong>ntalem formas <strong>de</strong> vida concretas, num esforço <strong>de</strong> submergir os obstáculose atritos que sempre maculam a transparente e livre comunicação humana.Este tipo <strong>de</strong> esclarecimento hermenêutico, que não abdica <strong>de</strong> transformaro mundo, constitui para Apel uma forma <strong>de</strong> crítica da i<strong>de</strong>ologia, a qual <strong>de</strong>verá<strong>de</strong>sempenhar um papel emancipatório na instauração <strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro dialogismo,livre <strong>de</strong> qualquer coacção, e que possa simultaneamente estar a salvotanto da hermenêutica relativista como do dogmatismo objectivista. Umameta emancipatória <strong>de</strong>sta or<strong>de</strong>m implica, claro está, a realização prática dacomunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação ilimitada. Mas que concepção faz Apel <strong>de</strong>sta,value (. . . ) We human beings, as creatures of language, so to speak – in contrast to animals –are con<strong>de</strong>mned to “agreeing” amongst ourselves about the criteria of meaning and validity ofour actions and knowledge”, in APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy,1980, Routledge & Kegan Paul, London, c○ Suhrkamp Verlag, Frankfurt am Main, 1972-73,p. 158.42 . “One language-game at least is exclu<strong>de</strong>d and pressuposed as a transcen<strong>de</strong>ntal languagegamewhere one speaks of given language-games as quasi-transcen<strong>de</strong>ntal facts (in the sense ofa language-game relativism)”, i<strong>de</strong>m, p. 165.43 . Ibi<strong>de</strong>m.www.labcom.pt✐✐✐✐

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