13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Ética e heteronomia 451impotentes para resolver, e nem sequer vislumbram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solucionarracionalmente os conflitos entre as diversas oposições morais que vãosurgindo nas suas vidas. O diagnóstico <strong>de</strong> MacIntyre é unívoco: o emotivismoincrustou-se na vida do homem e uma fundamentação formal e universal daÉtica, do tipo kantiano, não é nem nunca foi possível.E agora, que fazer com esta <strong>de</strong>scoberta? É precisamente aqui que as coisasse complicam. Não são muito claras as propostas <strong>de</strong>fendidas por esterevivalismo aristotélico. Retorno às pequenas comunida<strong>de</strong>s no seio das quaisse tentaria restaurar a noção <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong> erigida em torno <strong>de</strong> fins partilhados,abandono das pretensões <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong> e estrito formalismo, mas não <strong>de</strong>racionalida<strong>de</strong> interna às práticas e ao telos <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> é, quandose tenta configurar a actualizar estes conceitos numa prática quotidiana, umaproposta <strong>de</strong>masiado vaga.Se uma moral universal, abstracta e normativa já não é possível, e sea promessa <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong> trazida pelo iluminismo falhou tão estrondosamente,tal não significa, diz MacIntyre, que a racionalida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>bate moralnão seja possível – terá é <strong>de</strong> ser contextualizada em termos da história e tradiçõesque regem uma comunida<strong>de</strong> e assim perspectivada, po<strong>de</strong>rá fornecerpadrões <strong>de</strong> justificação que mostrem, in<strong>de</strong>smentivelmente, por que uma acçãoé preferível a outra.Formas <strong>de</strong> justificação racional teriam <strong>de</strong> ser possíveis não só no interior<strong>de</strong> uma tradição, como entre tradições rivais, que não seriam <strong>de</strong> formanenhuma incomensuráveis e intraduzíveis. Com isto, acredita MacIntyre, oespectro do relativismo fica <strong>de</strong>finitivamente afastado – o problema é que nãomostra como.No neo-aristotelismo o critério para a acção moral passa a ser as práticasem que o indivíduo está envolvido, ao invés <strong>de</strong> ser procurado em normasabstractas e universais. É que o eu tem <strong>de</strong> ser compreendido narrativamente,enquanto produto <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada história e membro <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>comprometida com <strong>de</strong>terminadas práticas - são estes factores que <strong>de</strong>terminarão,em cada caso, o que é a virtu<strong>de</strong> e o agir moralmente.Temos assim que o eu, portador <strong>de</strong> uma história individual, se encontraenvolvido num conjunto <strong>de</strong> práticas que <strong>de</strong>finem as virtu<strong>de</strong>s e formam o contextosocial no qual se insere, e que, por sua vez, <strong>de</strong>vem ser enquadradas numatradição que constituem e ajudam a manter. É no interior <strong>de</strong>sta moldura que owww.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!