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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐144 Anabela Gradimlo, mantendo um distanciamento respeitoso e até, <strong>de</strong> certa forma, admirativo,pelas conquistas apeleanas.Vattimo consi<strong>de</strong>ra que a filosofia <strong>de</strong> Apel po<strong>de</strong> ser vista como um prolongamentodo racionalismo crítico das luzes, 62 guiado por uma “utopia daabsoluta autotransparência” 63 que cumpriria às ciências sociais realizar cientificamentemediante a clarificação e presentificação científica do homem –simultaneamente sujeito e objecto – a si próprio. Recor<strong>de</strong>-se que é precisamenteeste o papel que Apel preconiza às ciências sociais e humanas nostextos iniciais <strong>de</strong> Transformação da Filosofia.De acordo com Vattimo a pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> inicia-se com uma crise dai<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> progresso histórico, que pressupunha quer a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> umanarrativa unificada referida a uma centralida<strong>de</strong> que é a europeia, quer umcerto i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> homem que é ainda o i<strong>de</strong>al emancipador iluminista, isto é, oi<strong>de</strong>al europeu <strong>de</strong> homem e <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>. A tese consequente é <strong>de</strong> que foia introdução dos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massas que acabou por esmagaressa noção <strong>de</strong> história unificada, libertando e dando visibilida<strong>de</strong> a múltiplasculturas e mundividências, e <strong>de</strong>smentindo, assim, o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>transparente. “Os mass media, que teoricamente tornam possível uma informaçãoem tempo real sobre tudo o que acontece no mundo, po<strong>de</strong>riam pareceruma espécie <strong>de</strong> realização concreta do Espírito Absoluto <strong>de</strong> Hegel”, 64 masa verda<strong>de</strong> é que ao invés <strong>de</strong> instaurarem a perfeita autoconsciência do homem,a transparência da humanida<strong>de</strong> a si própria, opacificam-na, <strong>de</strong>sgastandoo próprio princípio <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>. Note-se que este diagnóstico não é, <strong>de</strong> todo,catastrofista. Abre, pelo contrário, espaço para um novo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> emancipação,muito distinto do das luzes; um que se regozija com a multiplicida<strong>de</strong> dosdiscursos finalmente libertados, e que tem por base “a oscilação” e “a pluralida<strong>de</strong>”.65É tendo por pano <strong>de</strong> fundo esta interpretação da situação do homem na62 . Esta foi também a minha leitura <strong>de</strong> Apel, muito antes ainda <strong>de</strong> ter tomado contacto comas críticas <strong>de</strong> Vattimo.63 . VATTIMO, Gianni, A Socieda<strong>de</strong> Transparente, 1992, col. Antropos, Relógio d’Água,Lisboa, p. 24.64 . VATTIMO, Gianni, A Socieda<strong>de</strong> Transparente, 1992, col. Antropos, Relógio d’Água,Lisboa, p. 12.65 . I<strong>de</strong>m, p. 13. “Derrubada a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> central da história, o mundo dacomunicação generalizada explo<strong>de</strong> como uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong>s locais (...) quetomam a palavra, finalmente já não silenciadas e reprimidas pela i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que só exista umawww.labcom.pt✐✐✐✐

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