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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐444 Anabela Gradimmo<strong>de</strong>los epistemológicos que atravessam a história do pensamento oci<strong>de</strong>ntal, 3e é este que urge ultrapassar através da transformação da filosofia. Descartesinaugurara, juntamente com a racionalida<strong>de</strong> propriamente científica que o positivismolouvará, o mo<strong>de</strong>lo epistemológico centrado no objecto, enquantoKant substitui o po<strong>de</strong>r da res extensa pela consciência transcen<strong>de</strong>ntal, instaurandoa omnipresença/omnipotência do sujeito que se prolongará até nas versõesmais radicais do i<strong>de</strong>alismo. Solipsismo metodológico ainda e tambémno mo<strong>de</strong>lo epsitemológico do linguistic turn – e contra este Apel é especialmentecrítico – que é o do neopositivismo, e que elidindo sujeito e objecto,cura apenas da linguagem formalizada da ciência 4 .Pertence à arqueologia da história da ciência a forma síncrona como o mo<strong>de</strong>loneopositivista – corolário dos projectos da razão iluminista, ela mesmaum prolongamento do <strong>de</strong>vaneio leibniziano da razão suficiente e da mathesisuniversalis – começa a ce<strong>de</strong>r em múltiplas frentes: na matemática com Gö<strong>de</strong>l;na física com as dificulda<strong>de</strong>s da termodinâmica, que culminariam no in<strong>de</strong>terminismo;em lógica com a teoria dos grupos <strong>de</strong> Russel, e com os teoremas <strong>de</strong>Church e Tarsky, que expuseram as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma síntaxe lógica estrita -esta exige um princípio <strong>de</strong> verificabilida<strong>de</strong>, que é o contacto com o mundo, oucairíamos no mais puro i<strong>de</strong>alismo – e por tal via se abre a porta à semântica.Ora o problema é que, como a hermenêutica, mas também a semiótica peirceana<strong>de</strong>monstrarão, não há semântica sem pré-compreensão e interpretação domundo, pelo que a dimensão pragmática no acto <strong>de</strong> fazer ciência não po<strong>de</strong> serignorada.Temos assim que a transformação da filosofia é a ultrapassagem <strong>de</strong>ste solipsismoatravés da reinvenção da dimensão pragmática, entendida como categoriada experiência, a qual possibilitaria, através da noção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> ilimitada<strong>de</strong> comunicação, uma fundamentação transcen<strong>de</strong>ntal da Ética baseadaem pressuposições que subjazem ao próprio mo<strong>de</strong>lo analítico, cujas exéquiasse celebram. Como sempre, 5 aliás, o paradigma começa a ce<strong>de</strong>r a partir do3 . Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser curioso notar como este conceito <strong>de</strong> “solipsismo”, <strong>de</strong>pois do “fim dasgran<strong>de</strong>s meta-narrativas” filosóficas – augustinianismo e aristotelismo -, se assim se po<strong>de</strong> dizer,permite ainda unificar quatro séculos <strong>de</strong> história do pensamento oci<strong>de</strong>ntal.4 . Faço notar, apenas como curiosida<strong>de</strong>, que este mo<strong>de</strong>lo neopositivista das linguagens formalizadascorrespon<strong>de</strong> em jornalismo, com emergência cronologicamente síncrona, ao mo<strong>de</strong>loamericano clássico da “objectivida<strong>de</strong>” cuja principal característica é precisamente a elisão dosujeito mediante dispositivos da or<strong>de</strong>m do discurso.5 . Esta é pelo menos a estrutura padrão que Thomas Kuhn atribui às revoluções científiwww.labcom.pt✐✐✐✐

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