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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐94 Anabela Gradimaproximam da verda<strong>de</strong>, pelo que, ao aceitar uma conclusão indutiva, o homemnunca sabe se é verda<strong>de</strong>ira. Sabe apenas que, a longo prazo, essa possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> erro será compensada.Já foi observado que Peirce, ao encarar ex novo a questão kantiana, modificaráas respostas que esta tradicionalmente oferecia, e a questão do juízosintético não é excepção. Neste contexto, a questão da <strong>de</strong>dução transcen<strong>de</strong>ntalda valida<strong>de</strong> objectiva da ciência ganha novos contornos, a<strong>de</strong>quados à préviasubstituição do sujeito transcen<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> conhecimento pela comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>investigadores que Peirce entretanto operara. Assim, e radicando em últimaanálise na noção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, Peirce baseará a valida<strong>de</strong> dosconhecimentos sintéticos na valida<strong>de</strong> a longo prazo do método pelo qual sãoadquiridos.Justificada <strong>de</strong>sta forma a inferência, compreen<strong>de</strong>-se que Peirce baseie avalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta na sua teoria da realida<strong>de</strong>, pela qual <strong>de</strong>finiu o real como aquiloque é cognoscível a longo prazo, ou aquilo no qual a informação e o raciocíniomais cedo ou mais tar<strong>de</strong> resultarão. Ora, se o real é cognoscível, a comunida<strong>de</strong>po<strong>de</strong> prosseguir ad infinitum na sua busca da opinião final. A noção <strong>de</strong>comunida<strong>de</strong> substitui assim a síntese transcen<strong>de</strong>ntal da apercepção kantianaque estabelecia as pré-condições factuais para a experiência como o pontomais elevado que permite fornecer uma <strong>de</strong>dução transcen<strong>de</strong>ntal da valida<strong>de</strong>objectiva da ciência.3.2 A segunda fase <strong>de</strong> Peirce: Do realismo crítico dosignificado ao Clube MetafísicoO segundo período que Apel consi<strong>de</strong>ra na carreira filosófica <strong>de</strong> Peirce iniciasecom a Berkeley Review, 45 uma recensão à edição crítica das obras do bispobritânico, publicada em 1871, ocupa o tempo da fundação e <strong>de</strong>bates protagonizadosno Clube Metafísico, e termina em 1884, quando Peirce é <strong>de</strong>spedidoda universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> John Hopkins, e a sua vida conhece uma reviravolta trágicaem direcção a condições materiais <strong>de</strong> existência cada vez mais difíceis.45 . Fraser’s The Works of George Berkeley, in PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Writings of <strong>Charles</strong>San<strong>de</strong>rs Peirce: A Chronological Edition, ed. FISCH, Max, et al., Bloomington, IndianaUniversity Press, vol. 2, pp. 462-489.www.labcom.pt✐✐✐✐

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