13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Ética e heteronomia 455e universal que a <strong>de</strong> Apel – exclusivamente antropomórfica. Uma Ética dasVirtu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inspiração peirceana teria precisamente <strong>de</strong> cultivar hábitos <strong>de</strong> sentimentobelos – po<strong>de</strong>ríamos até falar <strong>de</strong> uma estética do sentimento – atravésdo autocontrole racional que leva à mo<strong>de</strong>lação do instinto. É este o sentido<strong>de</strong> “subordinar o apetite à razão”, e a partir <strong>de</strong>sta subordinação, actual, mastambém possível, seria possível trabalhar no seio do diálogo entre a comunida<strong>de</strong>in<strong>de</strong>finida – a mais vasta que imaginar se possa, e não apenas a dossujeitos racionais – formas <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong> que não traiam o fim último <strong>de</strong> tornar omundo mais razoável e, para todos, <strong>de</strong>ixem aberta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> genuínoprogresso moral.Anoto também que a Ética contemporânea po<strong>de</strong>rá estar já a inflectir precisamentenesta via. Michael Slote, 15 <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> advertir que a Ética das Virtu<strong>de</strong>s,que nasceu como um revivalismo do aristotelismo, se voltou, nos últimosanos, para fontes estóicas, intenta precisamente algo semelhante: reconstruiruma Ética das Virtu<strong>de</strong>s mais autêntica, inspirando-se, não já nem no aristotelismonem no estoicismo, mas no sentimentalismo <strong>de</strong> Hume e Hutchenson. Osentimentalismo peirceano, nesse trabalho, é totalmente ignorado – e, no entanto,uma reconstrução nesse sentido po<strong>de</strong>ria muito bem tomá-lo como ponto<strong>de</strong> partida.Mas há um aspecto, pelo menos, em que a minha concordância com Apel étotal, e com esse termino: a questão da articulação teoria/praxis é o problema<strong>de</strong>cisivo que se coloca à filosofia. Peirce também o sabia, o nome da únicaquestão que importa e que conta:“For those metaphysical questions that have such [human] interest,the question of a future life and especially that of One Incomprehensiblebut Personal God, not immanent in but creatingthe universe, I, for one, heartily admit that a Humanism, thatdoes not pretend to be a science but only an instinct, like a bird’spower of flight, but purified by meditation, is the most preciouscontribution that has been ma<strong>de</strong> to philosophy for ages”. 1615 . SLOTE, Michael, Morals from Motives, Oxford University Press, 2001, Oxford.16 . Collected Papers, 5.496, itálico meu.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!