13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐376 Anabela GradimO primeiro aspecto a consi<strong>de</strong>rar na abordagem da questão é que já aonível básico da <strong>de</strong>finição e funcionamento triádico do signo peirceano o aspectocomunicacional se encontra nele implícito. O pólo “interpretante” dotriângulo semiótico obriga a subenten<strong>de</strong>r um intérprete, seja uma consciência<strong>de</strong> tipo humano, seja a “quasi-mind” <strong>de</strong> que fala Peirce quando preten<strong>de</strong>distanciar-se do antropomorfismo. A comunicabilida<strong>de</strong> torna-se assim umadimensão constitutiva do próprio signo, e por extensão, <strong>de</strong> todos os processossemióticos: é que uma entida<strong>de</strong> só se torna signo se possuir um interpretante,i.e., se for interpretável, ou comunicável, pelo menos virtualmente, a outrem,o seu intérprete. 3 “...Os signos exigem pelo menos duas quasi-minds; umquasi-locutor e um quasi-intérprete; e embora estes dois estejam unidos (i.e,sejam uma mente) no próprio signo, <strong>de</strong>vem contudo ser distintos. No signoeles encontram-se, por assim dizer, fundidos. Consequentemente, não é apenasum facto da psicologia humana, mas uma necessida<strong>de</strong> Lógica, que toda aevolução lógica do pensamento <strong>de</strong>va ser dialógica”. 4A própria percepção, que no seu aspecto <strong>de</strong> recepção do outward clash éum caso limite <strong>de</strong> inferência abdutiva operada, obviamente, a partir <strong>de</strong> signos,prefigura <strong>de</strong> forma latente o esquema <strong>de</strong> um processo comunicacional. Acomunicabilida<strong>de</strong>, como nota Habermas, é a base <strong>de</strong> qualquer representação.O signo só representa algo do mundo – e recor<strong>de</strong>mos que todo o conhecimentoé mediado por signos – se pu<strong>de</strong>r ser relacionado com um possível intérprete.Em qualquer outro caso, não será signo, e por isso po<strong>de</strong>ríamos dizer que emPeirce toda a experiência, mesmo a mais básica, é comunicativa. 5www.pucsp.br/∼lbraga/semiocom; e JOHANSEN, Jorgen Dines, Dialogic Semiosis — An Essayon Signs and Meaning, 1993, Indiana University Press, Bloomington, pp. 189-308.3 . Faltando intérprete ao signo, o seu interpretante é um “would be”, aquilo que <strong>de</strong>terminariano intérprete no caso <strong>de</strong>ste existir; MS 318, citado por JOHANSEN, Jorgen Dines, DialogicSemiosis — An Essay on Signs and Meaning, 1993, Indiana University Press, Bloomington, p.192.4 . Collected Papers, 4.551.5 . “In or<strong>de</strong>r to fulfill its representative function, the sign must at the same time be interpretable(...) This is already to be found in the seventh Lowell Lecture of 1866. Thesign cannot establish the epistemic relation to something in the world if it is not at the sametime directed toward an interpreting mind – that is, if it could not be employed communicatively.Without communicability there is no representation, and vice-versa”, HABERMAS,Jurgen, “Peirce and Communication”, in KETNER, Kenneth Laine, Peirce and ContemporaryThought, Philosophical Inquiries, American Philosophy Series, 1995, Fordham UniversityPress, New York, p. 245.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!