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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐312 Anabela GradimDesta forma, os processos da natureza são semelhantes aos processos humanos<strong>de</strong> interpretação e inferência: são processos semióticos. 133 Daí Peirce<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r que “o Acaso é um Primeiro, a Lei um Segundo, a tendência paratomar Hábitos um Terceiro”. 134 É que baseando-se a semiose e os tipos <strong>de</strong>signos nas categorias possíveis, tem <strong>de</strong> haver necessariamente um correspondênciaentre elas, e da mesma forma que as categorias perpassam todas asinstâncias do real, o mesmo suce<strong>de</strong> com os signos e a interpretação sígnica. 135Consequência <strong>de</strong>sta generalização metafísica do processo <strong>de</strong> interpretação<strong>de</strong> signos, que constitui o tipo mais amplo <strong>de</strong> semiose que se po<strong>de</strong> articular,é o bem conhecido claim peirceano <strong>de</strong> Some consequences of four incapacities...<strong>de</strong> que o homem é um signo. “Em que consiste a realida<strong>de</strong> do espírito?O conteúdo da consciência, a totalida<strong>de</strong> das manifestações fenomenais do espírito,é um signo resultado <strong>de</strong> inferência (...) temos pois <strong>de</strong> concluir que oespírito é um signo <strong>de</strong>senvolvendo-se <strong>de</strong> acordo com as leis da inferência. Oque distingue então um homem <strong>de</strong> uma palavra? A palavra ou signo que ohomem usa é o próprio homem. Pois o facto <strong>de</strong> que cada pensamento é umsigno, tomado em conjunção com o facto <strong>de</strong> que a vida é uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> pensamento,prova que o homem é um signo; e assim, que todo o pensamento éum signo externo, prova que o homem é um signo externo”. 136Tendo em vista os três níveis distintos on<strong>de</strong> é possível articular processossemióticos – o homem, a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inquirição, o mundo - não colheargumentar que a concepção <strong>de</strong> evolução cósmica como forma <strong>de</strong> semiose éantropomórfica, pois para Peirce “antropomórficas é, no fundo, o que todas133 . “Since inference is a semiotic process, Peirce thus ascribes sign interpretation tonatural processes as well as to organisms (. . . ) The interpretation of signs is like cosmicevolution in that it is a process whereby genuine thirdness emerges”, KRUSE, Felicia,“Is cosmic evolution semiosis?”, in MOORE, Edward, & ROBIN, Richard (eds.), From Timeand Chance to Consciousness — Studies in the Metaphysics of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce, 1994,Berg, Oxford Provi<strong>de</strong>nce, USA, pp. 88-89.134 . Collected Papers, 6.32.135 . “This is his insistence in some of his later works that nature performs inferences similarto those of human inquirers. If nature performs abductions, inductions and <strong>de</strong>ductions, thiswould seem to entail that cosmic evolution is in<strong>de</strong>ed a form of semiosis. And if this is so,we must aske wether metaphysical inquiry and semiotic inquiry are ultimately one and thesame for Peirce”, KRUSE, Felicia, “Is cosmic evolution semiosis?”, in MOORE, Edward, &ROBIN, Richard (eds.), From Time and Chance to Consciousness — Studies in the Metaphysicsof <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce, 1994, Berg, Oxford Provi<strong>de</strong>nce, USA, p. 90.136 . Collected Papers, 5.313-5.314.www.labcom.pt✐✐✐✐

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