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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐64 Anabela Gradime do seu funcionamento, quando já vimos que rejeita, por limitada e “cientista”,a concepção peirceana da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experimentação <strong>de</strong> scholars?A questão não é <strong>de</strong> somenos importância pois é sobre esta comunida<strong>de</strong> que seconstruirá <strong>de</strong>pois a Ética da Discussão.Antes <strong>de</strong> mais há que notar que Apel distingue entre a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçãoreal e i<strong>de</strong>al. A primeira é uma realização sócio-histórica concretaon<strong>de</strong> homens <strong>de</strong> carne e osso levam a cabo a aventura comum que comprometea humanida<strong>de</strong>. As condições <strong>de</strong> realização <strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçãoreal são sempre concretas, históricas, particulares e imperfeitas. Acomunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação i<strong>de</strong>al ou transcen<strong>de</strong>ntal é aquela on<strong>de</strong> ocorremas condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> e valida<strong>de</strong> universais do sentido e da verda<strong>de</strong>,e é ao pressupô-la que po<strong>de</strong>mos perspectivar as condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> eexistência necessária <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> linguagem transcen<strong>de</strong>ntal.A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação i<strong>de</strong>al como repositório arquetípico <strong>de</strong> umaforma <strong>de</strong> comunicação transparente funciona como princípio regulador. A tarefado ético é, assim, transpor tanto quanto possível a distância entre as duas,procurando incessantemente realizar a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação i<strong>de</strong>al nacomunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação real que habita. Do contraste entre o real e oi<strong>de</strong>al surgiria o princípio regulador do progresso prático, que não é um objectoestático, mas resultado da tensão dialéctica entre estes dois pólos, elespróprios em permanente realização. Como, esclarecedoramente, o próprioApel diz, “se se consi<strong>de</strong>ra que a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação real que é pressupostanunca correspon<strong>de</strong> ao i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> ilimitada <strong>de</strong> interpretação,mas antes está sujeita a restrições <strong>de</strong> consciência e interesses quesão manifestados pela espécie humana, então a partir <strong>de</strong>ste contraste entre oi<strong>de</strong>al e a realida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação ergue-se o princípio regulativodo progresso prático, com o qual o progresso da interpretação <strong>de</strong>veriaser entrelaçado”. 9090 . “If one consi<strong>de</strong>rs that the real communication community that is presupposed by the personcritically discussing in the finite situation never corresponds to the i<strong>de</strong>al of the unlimitedcommunity of interpretation, but rather, is subject to the restrictions of consciousness and interestthat are manifested by the human species in its various nations, classes, language-gamesand life-forms, then from this contrast between the i<strong>de</strong>al and the reality of interpreting communitythere arises the regulative principles of practical progress, with which the progress ofinterpretation could, and ought, to be entwined”, in APEL, Karl-Otto, Towards a Transformationof Philosophy, 1980, Routledge & Kegan Paul, London, c○ Suhrkamp Verlag, Frankfurtam Main, 1972-73, p. 124.www.labcom.pt✐✐✐✐

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