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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 129Ora uma tal posição é, <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista, contraditória, pois para tomaruma <strong>de</strong>cisão com significado, é preciso ter realizado, pelo menos implicitamente,as regras da argumentação. Desta forma, a <strong>de</strong>cisão só po<strong>de</strong> ser compreendidano interior do jogo <strong>de</strong> linguagem em curso, e só po<strong>de</strong> ser tomadapressupondo aquilo que ela própria nega: as regras do jogo <strong>de</strong> linguagemracional e crítico. Colocar a questão da fundamentação da ética, ou da pertençaà comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> argumentação, é já participar na discussão, e aceitarque se partilha com os outros sujeitos as pré-condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta.Rejeitá-lo, porém, <strong>de</strong> forma radical, é abandonar a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação,e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autocompreensão, diz Apel.O resultado é que qualquer pessoa que tome a <strong>de</strong>cisão “obscurantista” nãopo<strong>de</strong> colocar a questão da justificação <strong>de</strong> uma norma ética básica sem entrarem contradição performativa. Não tem sentido dizer que a justificação <strong>de</strong> umanorma ética básica não tem sentido, porque ao fazê-lo já se participa na argumentação.Aquele que se exclui da discussão não po<strong>de</strong> ao mesmo tempoparticipar nela, e só lhe resta remeter-se ao silêncio. Assim, sempre que secoloca a questão <strong>de</strong> uma fundamentação, é necessário pressupor como condição<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> da própria questão que todos os envolvidos participam, e<strong>de</strong>sejam participar, na discussão. 2727 . “A valida<strong>de</strong> das normas morais básicas (que temos <strong>de</strong> fundar) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>argumentar. Esta vonta<strong>de</strong> racional po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser pressuposta em toda a discussão filosóficaacerca <strong>de</strong> fundamentações – <strong>de</strong> outro modo, a própria discussão não tem significado. Em termos<strong>de</strong> argumentação, nós – como filósofos – não po<strong>de</strong>mos voltar as costas à nossa vonta<strong>de</strong><strong>de</strong> argumentar. Nesta medida, a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> argumentação não é <strong>de</strong>terminada empiricamente,mas antes é a pré-condição para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda a discussão <strong>de</strong> pré-condições empíricashipoteticamente postas”; “...The validity of basic moral norms (which we must ground)is <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt upon the will to argumentation. At the same time, however, we can point outthat this rational will can and must be presupposed in every philosophical discussion of fundamentals– otherwise, the discussion itself has no meaning. In terms of argumentation we– as philosophers – cannot go back on our will to argumentation. To this extent, the will toargumentation is not <strong>de</strong>termined empirically but rather it is the precondition for the possibilityof every discussion of hypothetically posited, empirical preconditions”, in APEL, Karl-Otto,Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge & Kegan Paul, London, p. 270.www.labcom.pt✐✐✐✐

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