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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐160 Anabela Gradimperfeita correspondência entre ambos, permitindo passar sem gran<strong>de</strong>s dramas,e tal como Aristóteles faz, <strong>de</strong> um a outro. 9Ao tomar “como certo que as expressões predicadas habitualmente, e sempossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um radical engano, se referem a entida<strong>de</strong>s reais”, 10 bastará<strong>de</strong>duzir correctamente, a partir da língua, os tipos <strong>de</strong> predicação linguísticapossíveis, para se obter uma representação fiel das <strong>de</strong>z classes em que se divi<strong>de</strong>o ser. 11 A concepção especular da linguagem e a homologia língua-realque subjazem a esta concepção assim o garantem.No fundo Aristóteles i<strong>de</strong>ntifica os modos <strong>de</strong> predicação com os modos<strong>de</strong> ser, conferindo à linguagem (o ser dito) profundida<strong>de</strong> ontológica (como oser é). Esta correspondência entre a realida<strong>de</strong> e o discurso faz com que osmodos como o ser se predica nas coisas na proposição (modos <strong>de</strong> dizer o ser)coincidam ou se i<strong>de</strong>ntifiquem com os predicados fundamentais das coisas.5.2 A categoriologia kantianaDiferentemente <strong>de</strong> Aristóteles, Kant concebe a questão das categorias partindo<strong>de</strong> uma perspectiva totalmente nova, reflexo do seu i<strong>de</strong>alismo transcen<strong>de</strong>ntal.Para Kant as categorias já não são atributos do ser, <strong>de</strong>terminações das coisasque se plasmam na linguagem, pela razão simples <strong>de</strong> que como o ser é –ding an sich – é algo que permanece inacessível ao sujeito. De atributos dascoisas, as categorias passam a <strong>de</strong>terminações do entendimento: os diferentespontos <strong>de</strong> vista segundo os quais esta faculda<strong>de</strong> procura a síntese dos dadosda intuição, dando origem à constituição do objecto.9 . Esta é a posição final <strong>de</strong> Kneale e da maioria dos comentadores da área da filosofia. “Po<strong>de</strong>mosadmitir, pois, que as categorias tratam da classificação <strong>de</strong> coisas expressas por termos,quer estes termos ocupem nas frases a posição <strong>de</strong> sujeito ou <strong>de</strong> predicado”. KNEALE, William& Martha, O Desenvolvimento da Lógica, 1972, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, p.31.10 . WARDY, Robert, “Categories”, Routledge Encyclopedia of Philosophy, ed. EdwardCraig, Routledge, London, 1998, vol. 1, p. 230.11 . Como concluiria Adélio Melo, “e isto porque finalmente o estagirita concebia as categoriasnão como simples modos <strong>de</strong> falar das coisas, mas também como características etraços das próprias coisas”, in MELO, Adélio, Categorias e Objectos – Inquérito Semiótico-Transcen<strong>de</strong>ntal, s.d., col. Estudos Gerais, Série Universitária, Imprensa Nacional Casa daMoeda, Lisboa, p. 16.www.labcom.pt✐✐✐✐

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