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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐392 Anabela Gradim<strong>de</strong> uma carta a James, logra ultimar a Arquitectónica do <strong>sistema</strong> que semprealmejara, e que liga <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>lével à sua metafísica evolucionária. Iremosexaminar como nas páginas seguintes.Recor<strong>de</strong>-se que Peirce divi<strong>de</strong> a filosofia em três ramos: Fenomenologia,que se limita a contemplar os fenómenos sem sobre eles emitir qualquer juízo;Ciências Normativas, que estudam as relações dos fenómenos a fins; e Metafísica,que se ocupa da realida<strong>de</strong> dos fenómenos. É fácil ver como esta divisãose conforma com o esquema categorial peirceano: a Fenomenologia trata daprimeirida<strong>de</strong> dos fenómenos, enquanto qualida<strong>de</strong>s sem relação com nenhumoutro; as Ciências Normativas tratam da secundida<strong>de</strong> dos fenómenos, porquea relação entre um fenómeno e um fim é diádica; e a Metafísica trata os fenómenosna sua terceirida<strong>de</strong>, mediando entre estes e a relação dos fenómenos afins, em or<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>scobrir a verda<strong>de</strong>ira realida<strong>de</strong>. 3Como se nota, é também triádica a divisão das Ciências Normativas: Lógica,Ética e Estética, numa distribuição que obe<strong>de</strong>ce ao esquema categorialpeirceano, Estética correspon<strong>de</strong>ndo à primeirida<strong>de</strong>, Ética à secundida<strong>de</strong>, eLógica à terceirida<strong>de</strong>. 4Ciência Normativa é então o ramo intermédio da Filosofia, e Peirce caracteriza-acomo a ciência daquilo que <strong>de</strong>ve ser (ought). Deve, mas não tem <strong>de</strong> ser.A Ciência Normativa trata da acção que é contingente: aquilo que <strong>de</strong>veriaser <strong>de</strong> um modo, mas que não é <strong>de</strong>terminado por nenhuma compulsão queimplique que não seja <strong>de</strong> outro.É, além disso, uma ciência teórica, que estuda i<strong>de</strong>ais, ou aquilo que <strong>de</strong>veser, tornando o mundo normativo. Trata-se, neste caso, <strong>de</strong> pura teoria, não <strong>de</strong>uma habilida<strong>de</strong> prática (skill), e por isso o seu domínio não torna o homemmais racional ou mais ético na sua conduta quotidiana, do mesmo modo quealguém que leia um tratado <strong>de</strong> Mecânica Analítica sobre o jogo do bilharnão se torna melhor jogador por causa disso. O valor da Ciência Normativa éat the Riddle — Grounds for Human Significance, 1994, Indiana University Press, Bloomington.3 . Collected Papers, 5.120-5.124. “So then the division of Philosophy into these threegrand <strong>de</strong>partments, whose distinctness can be established without stopping to consi<strong>de</strong>r thecontents of Phenomenology (that is, without asking what the true categories may be), turns outto be a division according to Firstness, Secondness, and Thirdness, and is thus one of the verynumerous phenomena I have met with which confirm this list of categories”, i<strong>de</strong>m.4 . “It is clear, however, that Esthetics relates to feeling, Practis to action, Logic to thought”,Collected Papers, 1.574. Cf. também 5.121-5.124.www.labcom.pt✐✐✐✐

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