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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐246 Anabela Gradimser “inevitavelmente realista” 39 porque faz com que os universais entrem nosjuízos e, consequentemente, também na opinião verda<strong>de</strong>ira. Desta forma, <strong>de</strong>correda teoria da realida<strong>de</strong> que os universais são reais (não res extensa, bementendido) porque se o real é aquilo que a opinião final representará, quandoexprimimos um universal num juízo estamos in<strong>de</strong>levelmente a entretecê-lona própria matéria <strong>de</strong> que o real é constituído – conce<strong>de</strong>mos-lhe realida<strong>de</strong> aorepresentá-lo num pensamento que “não seja arbitrário, mas permaneça naopinião final”. 40É evi<strong>de</strong>nte que os universais são reais se “o objecto imediato do pensamentonum juízo verda<strong>de</strong>iro é a realida<strong>de</strong>”. 41 Nada mais simples. Na verda<strong>de</strong>,todas as dificulda<strong>de</strong>s associadas à questão po<strong>de</strong>m ser atribuídas ao preconceitonominalista <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o realismo associando os universais a uma res extraanimam, enquanto “o realista <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a sua posição assumindo apenas queo objecto imediato do pensamento num juízo verda<strong>de</strong>iro é real. A noção <strong>de</strong>que a controvérsia entre realismo e nominalismo tem alguma coisa a ver comi<strong>de</strong>ias platónicas é um mero produto da imaginação, que o mais ligeiro examedos livros bastaria para <strong>de</strong>sfazer”. 42A questão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as disputas aristotélicas sobre o tema, é se o universalestá nas coisas ou é relatio rationis na mente: Peirce assevera que só po<strong>de</strong>ser a segunda (“é a relação <strong>de</strong> um predicado com os sujeitos do qual é predicado”),43 mas essa relação <strong>de</strong> razão é real.O achamento <strong>de</strong>sta solução realista para a questão é atribuído por Peirceà influência que sobre ele exerceu a doutrina <strong>de</strong> Escoto, e que sumariza explicandocomo este encara a natureza comum como algo que “não é <strong>de</strong> si, nemuniversal nem singular, mas é universal na mente, singular nas coisas fora damente”. 44 Actualizando a terminologia do Doutor Subtil, Peirce comenta que“estar na mente” é apenas a forma medieva e metafórica <strong>de</strong> referir a relação<strong>de</strong> razão do cognoscente para o conhecido, e que portanto a natureza que é39 . I<strong>de</strong>m, p. 470.40 . “(. . . ) since it is true that real things possess whiteness, whiteness is real. It is a realwhich only exists by virtue of an act of thought knowing it, but that thought is not an arbitrary oracci<strong>de</strong>ntal one <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt on any idiosyncrasies, but one which will hold in the final opinion”,i<strong>de</strong>m, p. 470.41 . I<strong>de</strong>m, p. 471.42 : I<strong>de</strong>m, p. 472.43 . I<strong>de</strong>m, p. 472.44 . I<strong>de</strong>m, p. 473.www.labcom.pt✐✐✐✐

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