13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐422 Anabela Gradimtalida<strong>de</strong>. “Uma maneira <strong>de</strong> emoldurar a minha afirmação <strong>de</strong> que a moralida<strong>de</strong>não é o que já foi é dizer que num vasto grau as pessoas hoje falam, pensam eagem como se o emotivismo fosse verda<strong>de</strong>iro. O emotivismo incrustou-se nanossa cultura. O que outrora foi a moralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sapareceu - e isto marca uma<strong>de</strong>generescência, uma gran<strong>de</strong> perda cultural”. 12O emotivismo oblitera a diferença entre relações sociais manipulativas(que apelam ao sentimento) e não manipulativas (que apelam à razão), pois nocaso <strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>iro a distinção é ilusória - a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> justificarracionalmente uma enunciação moral reconduz toda e qualquer proposição<strong>de</strong>ste tipo à relação social manipulativa. 13MacIntyre vê o emotivismo dos nossos dias encarnado em três personagensque o representam em contextos sociais distintos: o esteta rico, o managere o terapeuta. O manager representa a obliteração entre relações sociaismanipulativas e não manipulativas na esfera da produção; enquanto o terapeutarealiza o mesmo na esfera da vida pessoal. O manager preocupa-seexclusivamente com a técnica, com a eficácia, tratando os fins como fora daesfera da sua acção; da mesma forma que o terapeuta tratará os fins como forado alcance da sua acção, preocupando-se com a técnica e com a eficácia, mas<strong>de</strong>sta feita no campo da vida pessoal. Nem o manager nem o terapeuta, no<strong>de</strong>sempenho dos seus papéis, se comprometem no <strong>de</strong>bate moral; preten<strong>de</strong>mrestringir-se aos reinos em que, do seu ponto <strong>de</strong> vista, o acordo racional épossível: ao mundo dos factos, da eficácia mensurável.Esta transformação do eu nas formas emotivistas contemporâneas só foipossível porque também as formas do discurso moral, a linguagem da moralida<strong>de</strong>,se foi simultaneamente transformando. Por isso, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> MacIntyre, sóà luz da história po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r as condições que viriam a dar corpoao eu emotivista contemporâneo, para o que foi <strong>de</strong>cisiva a filosofia moral produzidano seio da cultura iluminista, e que tendo por fim justificar <strong>de</strong> uma vez12 . I<strong>de</strong>m, p. 22.13 . “If emotivism is true, this distinction [entre relações sociais manipulativas e não manipulativas]is illusory. For evaluative utterance can in the end have no point or use except theexpression of my own feelings or attitu<strong>de</strong>s and the transformation of the feelings and attitu<strong>de</strong>sof others. I cannot genuinely appeal to impersonal criteria, for there are no impersonal criteria(. . . ) The sole reality of distinctively moral discourse is the attempt of one will to align theattitu<strong>de</strong>s, feelings, preferences and choices of another with its own. Others are always means,never ends”, i<strong>de</strong>m, p. 24.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!