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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 215mo<strong>de</strong>la a acção, pois é segundo as crenças que partilha que o homem age. Esteé por conseguinte um estado <strong>de</strong> calma, e até imobilismo, porque o homem sóprocura resolver os problemas do seu mundo quando em estado <strong>de</strong> dúvida.Assim, paradoxalmente, se a dúvida parece ser um estado negativo, porqueé uma insatisfação, um temor face ao <strong>de</strong>sconhecido, uma “irritação” quea crença vem acalmar – a sua existência é da maior importância, pois <strong>de</strong>la <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>o progresso e a evolução da socieda<strong>de</strong>. São os períodos <strong>de</strong> dúvida quecorrespon<strong>de</strong>m a saltos no conhecimento, provocando-os, não os <strong>de</strong> crença esatisfação.Qual é, então, o melhor método para fixar as nossas crenças? É o queThe fixation of belief se propõe apurar, apreciando quatro diferentes métodosacerca <strong>de</strong> como tal po<strong>de</strong>ria ser feito.A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retirar inferências a partir <strong>de</strong> premissas dadas é <strong>de</strong>terminadano homem por um “hábito da mente”, que o leva a prosseguir o seuraciocínio <strong>de</strong> uma certa forma, conforme ao hábito, e não <strong>de</strong> outra. 7 Ora éprecisamente esse o objecto do raciocínio, <strong>de</strong>scobrir, a partir do que já seconhece (as premissas), algo que ainda <strong>de</strong>sconhecemos (a conclusão), sendobom o raciocínio que dá origem a conclusões verda<strong>de</strong>iras. Também o hábitoque <strong>de</strong>termina no homem o rumo das inferências será bom se produzir conclusõesverda<strong>de</strong>iras a partir <strong>de</strong> premissas verda<strong>de</strong>iras. 8 Peirce chama a essehábito que governa o rumo das inferências “princípio condutor”, sendo que averda<strong>de</strong> e a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse princípio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> “da valida<strong>de</strong> das inferências queesse hábito <strong>de</strong>termina”. 9 É por relação a ele que a inferência se diz válida ounão – e não por relação com a verda<strong>de</strong> ou falsida<strong>de</strong> das suas conclusões. A inferênciaserá válida, acrescenta Peirce, “se o hábito que a <strong>de</strong>termina for tal queproduza conclusões verda<strong>de</strong>iras em geral”, caso, por exemplo, da inferênciaestatística. 10A dúvida, mergulhando o homem num estado <strong>de</strong> insatisfação, e obrigandooa abandonar as suas crenças – às quais este se agarra com a maior tenacida<strong>de</strong>7 . Collected Papers, 5.367.8 . Collected Papers, 5.367.9 . Collected Papers, 5.367.10 . Como vemos, já aqui Peirce <strong>de</strong>sliga a valida<strong>de</strong> da inferência <strong>de</strong> resultados concretos,para a relacionar à valida<strong>de</strong> in the long run, que não garante resultados, mas garante valida<strong>de</strong>não dogmática que é necessário conjugar com o falibilismo e o papel da comunida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>finida<strong>de</strong> comunicação.www.labcom.pt✐✐✐✐

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