13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐220 Anabela Gradimvoga, como faz amiú<strong>de</strong>, a estrita separação teoria/praxis, que teremos ocasião<strong>de</strong> examinar em pormenor mais adiante. “Há ciências, claro, cujos resultadossão muitas vezes quase imediatamente aplicáveis à vida humana, tais como afisiologia e a química. Mas o verda<strong>de</strong>iro investigador científico per<strong>de</strong> completamente<strong>de</strong> vista a utilida<strong>de</strong> daquilo que está a fazer. Isso nunca lhe cruzao espírito (...). Em filosofia, tocando como toca matérias que são, e <strong>de</strong>vemser, sagradas para nós, o investigador que não se mantenha afastado <strong>de</strong> toda atentativa <strong>de</strong> fazer aplicações práticas não apenas obstruirá o avanço da ciênciapura mas, o que é pior, porá em perigo a sua própria integrida<strong>de</strong> moral e a dosseus leitores”. 27Sendo a ciência tomada como uma activida<strong>de</strong> pura, totalmente <strong>de</strong>sligadada praxis, um modo <strong>de</strong> vida, e um empreendimento eminentemente social,terá <strong>de</strong> ser prosseguida, nos seus métodos, pela comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigadoresa quem compete colocar e testar hipóteses, afastando aquelas cuja certeza sefor revelando fraca. 28O objectivo da ciência, e da comunida<strong>de</strong> que a anima, é “<strong>de</strong>scobrir factose estabelecer uma teoria satisfatória <strong>de</strong>les”, 29 in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> seremverda<strong>de</strong>iros ou não. Isto é, trata-se, no seio da comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir erevelar a terceirida<strong>de</strong>: a generalida<strong>de</strong>, racionalida<strong>de</strong> e leis que animam osfactos da natureza, “in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> que eu e quaisquer gerações <strong>de</strong>homens julguemos ser assim ou não”. 30 E claro, como já foi bem estabelecidona teoria da inquirição, a ciência começa com o surgimento <strong>de</strong> uma dúvida quevem abalar as crenças que o homem possuía, até metamorfosear essa dúvidanuma hipótese, teoria, certeza, e nova crença. “Todo o conhecimento começapela <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> que houve uma expectativa errónea, da qual previamentenós mal estivéramos conscientes. Cada ramo da ciência começa com um novofenómeno que viola uma espécie <strong>de</strong> expectativa subconsciente negativa, comosuce<strong>de</strong>u com as pernas das rãs <strong>de</strong> Galvani”. 31Peirce esboça <strong>de</strong>sta forma a activida<strong>de</strong> científica, e se em The Fixationof Belief nenhum argumento é aduzido para justificar a sua preferência pelométodo científico no estabelecimento, passe a tautologia, da crença verda-27 . Collected Papers, 1.619.28 . Collected Papers, 7.55.29 . Collected Papers, 7.94.30 . Collected Papers, 7.186.31 . Collected Papers, 7.188.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!