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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 2198.1 A activida<strong>de</strong> e o método científicosSe não explica o que enten<strong>de</strong> por método científico, qual a concepção quetem da activida<strong>de</strong> que a ele dá origem? Peirce consi<strong>de</strong>ra a ciência uma activida<strong>de</strong>racional da máxima importância. Duas características fundamentais amarcam: consiste num método <strong>de</strong> conhecimento, e as doutrinas que produzsão <strong>de</strong> carácter sistemático. 23 O que distingue a crença do conhecimento –sendo que o conhecimento também é objecto <strong>de</strong> crença – é que as crençasque são conhecimento possuem uma justificação racional, e o homem po<strong>de</strong>aduzir razões para elas. Dizer como e porquê essa justificação é suficiente efundamentada: 24 isso é o que principalmente caracteriza o conhecimento queé produzido pela ciência com recurso a um método sistemático característico<strong>de</strong> uma dada disciplina.Mas o que é, em si, essa activida<strong>de</strong> científica? Trata-se <strong>de</strong> uma acção queé “um modo <strong>de</strong> vida”, levada a cabo por uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigadoresque partilham as preocupações, linguagem e métodos <strong>de</strong> uma dada disciplina.Esse conjunto <strong>de</strong> investigadores, que possui uma forte i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> comunitária,sociológica e grupal, constitui a comunida<strong>de</strong> científica, <strong>de</strong>dicando-se a umaactivida<strong>de</strong> viva, que cresce e se <strong>de</strong>senvolve à semelhança do que suce<strong>de</strong> comqualquer outro organismo. 25Quanto à motivação do cientista, trata-se do simples e <strong>de</strong>sinteressado amorda verda<strong>de</strong>, que se manifesta através do impulso para <strong>de</strong>scobrir a “razão dascoisas”. “Enquanto tal [a ciência] não consiste tanto em conhecer, nem mesmoem ‘conhecimento organizado’, como no inquérito diligente em direcção àverda<strong>de</strong> pela verda<strong>de</strong>, sem qualquer motivo pessoal ou egoísta, nem pelo prazer<strong>de</strong> a contemplar, mas a partir <strong>de</strong> um impulso para penetrar na razão dascoisas”. 26Esta concepção <strong>de</strong> truth for truth’s sake é reforçada sempre que Peirce ad-23 . Collected Papers, 7.49.24 . Collected Papers, 7.51.25 . “O ponto <strong>de</strong> vista ora explanado permite-nos entrever que um ramo particular <strong>de</strong> ciência,tal como Química-Física ou Arqueologia Mediterrânica, não é uma mera palavra, fabricadapela <strong>de</strong>finição arbitrária <strong>de</strong> algum académico pedante, mas é um objecto real, sendo a própriavida concreta <strong>de</strong> um grupo social, constituída por factos reais <strong>de</strong> inter-relação - e um objectotão real como uma carcaça humana, que é tornada una pelas inter-relações dos seus milhões <strong>de</strong>células”, Collected Papers, 7.52.26 . Collected Papers, 1.44.www.labcom.pt✐✐✐✐

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