13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐338 Anabela Gradimsinequismo, pois é a perfeita continuida<strong>de</strong> do universo que justifica a mesmamatéria (mind ou espírito) metamorfoseando-se em tão diferentes formas <strong>de</strong>apresentação. “Em vista do princípio <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> (...) temos, sob estateoria, <strong>de</strong> encarar a matéria como espírito cujos hábitos se tornaram tão fixosque per<strong>de</strong>u todos os po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> os formar ou per<strong>de</strong>r; ao passo que o espírito<strong>de</strong>ve ser encarado como um género químico <strong>de</strong> extrema complexida<strong>de</strong> einstabilida<strong>de</strong>. Adquiriu, num grau notável, o hábito <strong>de</strong> tomar e pôr <strong>de</strong> ladohábitos”. 27Como este i<strong>de</strong>alismo nada tem <strong>de</strong> antropomórfico ou subjectivo, esta suaconstituição como objectivo torna-o apto a po<strong>de</strong>r funcionar simultaneamentecom qualquer forma <strong>de</strong> realismo, seja epistemológico ou metafísico.Não coli<strong>de</strong> com o realismo epistemológico pois a existência <strong>de</strong> um mundoexterior res extensa distinto do cognoscente fica salvaguardada. Peirce criafirmemente nela, e toda a sua teoria da percepção, mas também do conhecimento(como bom kantiano, nada há no intelecto que não tenha passadoprimeiro pelos sentidos), e, da mesma forma, a concepção <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, pressupõemesta existência <strong>de</strong> um mundo exterior, a que Hookway, usando aspalavras <strong>de</strong> Peirce com rara felicida<strong>de</strong>, chamou the outward clash. 28 Esse foio erro capital <strong>de</strong> Hegel, ter ignorado o outward clash, que a secundida<strong>de</strong> é vitalpara a constituição do mundo, e o único meio que o homem tem <strong>de</strong> ace<strong>de</strong>rà realida<strong>de</strong>. 29Não coli<strong>de</strong>, também com o realismo metafísico, aquele que sustenta queos universais são reais e que a terceirida<strong>de</strong> é uma força activa na natureza, istoé, o i<strong>de</strong>alismo peirceano engloba logo na sua génese a aceitação da existência<strong>de</strong> leis da natureza. Como vimos na cosmologia, elas são admitidas e inscritasna própria génese do universo. Nenhuma dificulda<strong>de</strong> se apresenta, pois, aí. Oi<strong>de</strong>alista subjectivo é que eventualmente po<strong>de</strong>ria ten<strong>de</strong>r para o nominalismo.27 . Collected Papers, 6.101.28 . HOOKWAY, Christopher, Peirce, col. The Arguments of the Philosophers, 1992, Routledge,London, p. 151.29 . “The capital error of Hegel which permeates his whole system in every part of it isthat he almost altogether ignores the Outward Clash. “We must be in contact with our subjectmatter”, says he in one place, wether it be by means of our external senses or, what is better, byour profoun<strong>de</strong>r mind and our inner-most self-consciousness. Besi<strong>de</strong>s the lower consciousnessof feeling and the higher consciousness of nutrition, this direct consciousness of hitting andof getting hit enters into all cognition and serves to make it mean something real”, CollectedPapers, 8.41.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!