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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 137<strong>de</strong> todos os que, <strong>de</strong> boa fé, são afectados por tal acção. 41 Quem reconhece, anível filosófico, a valida<strong>de</strong> universal do princípio da Ética da Discussão tem,nas suas acções concretas, <strong>de</strong> observar estes dois princípios: conjugar a racionalida<strong>de</strong>estratégica com a resolução discursivo-consensual dos conflitos <strong>de</strong>uma maneira a<strong>de</strong>quada; e procurar eliminar a distância entre a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>comunicação real e i<strong>de</strong>al.Apel trata ainda, como se isso não fosse já suficientemente explícito, <strong>de</strong>tirar <strong>de</strong>ste mundo a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação i<strong>de</strong>al, assegurando que esta“não se refere a nenhuma utopia social concreta”, mas sim “às condições i<strong>de</strong>ais<strong>de</strong> uma possível formação <strong>de</strong> consenso sobre normas”. 42 O alcance distoé que a realização das condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> comunicação é um princípio regulativo:não chega nunca a realizar-se no mundo da experiência.A fundação pragmático-transcen<strong>de</strong>ntal da ética apeleana opera a partir <strong>de</strong>uma transformação do imperativo categórico kantiano pela contribuição dapragmática da linguagem. Constitui, se quisermos, uma modificação da ética<strong>de</strong>ôntica <strong>de</strong> Kant, que resulta numa máxima <strong>de</strong> acção muito semelhante àkantiana, 43 mas que se distingue <strong>de</strong>ssa ética por um lado porque logra umafundação transcen<strong>de</strong>ntal, eliminando o “factum <strong>de</strong> razão”, por outro porquese escusa a <strong>de</strong>duzir do imperativo categórico <strong>de</strong>veres morais concretos.A fundação das “normas materiais” é assim reenviada às discussões práticasentre os interessados, e acerca <strong>de</strong>stas a ética do discurso apenas prescreveos princípios formais <strong>de</strong> procedimento que permitirão <strong>de</strong>duzir tais normas, eque são universalmente válidos. É assim que o princípio formal <strong>de</strong> universalizaçãodo imperativo categórico que Apel esboça, e que serve para testar o41 . “(...) <strong>de</strong>ben tratar <strong>de</strong> actuar <strong>de</strong> una manera a<strong>de</strong>cuada a la situacións, <strong>de</strong> tal suerte que lamáxima <strong>de</strong> su acción pueda consi<strong>de</strong>rarse como una norma susceptible <strong>de</strong> consenso, si no en undiscurso real, sí en un fictivo discurso i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> todos los afectados bienintencionados”, i<strong>de</strong>m,p. 42.42 . I<strong>de</strong>m, p. 44.43 . “Pour l’individu, il en résulterait, après transformation <strong>de</strong> l’impératif catégorique parl’éthique <strong>de</strong> la discussion, un principe d’action <strong>de</strong> ce type : n’agis que d’après une maximedont tu puisses présupposer, sur la base d’une concertation réelle avec les concernés, respectivementavec leurs défenseurs, ou – à titre <strong>de</strong> succédané – sur la base d’une expérience <strong>de</strong>pensée correspondante, que toutes les conséquences et effets secondaires résultant <strong>de</strong> maniéreprévisible <strong>de</strong> son observation universelle en vue <strong>de</strong> la satisfaction <strong>de</strong>s intérêts <strong>de</strong> chacun <strong>de</strong>sconcernés pris individuellement, puissent être acceptés sans contrainte, dans une discussionréelle, par tous les concernés”, in APEL, Karl-Otto, Éthique <strong>de</strong> la Discussion, 1994, Humanités,Les Éditions du CERF, Paris, p. 78.www.labcom.pt✐✐✐✐

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