13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐292 Anabela Gradim<strong>sistema</strong>s semióticos artificiais, <strong>de</strong> que a Mathesis Universalis ou Ars Combinatoria,<strong>de</strong> Leibniz (1588-1679) será expoente máximo. 71A semiótica, como termo e como ciência claramente enunciada verá finalmentea luz do dia com o trabalho <strong>de</strong> John Locke (1632-1704) e o seuEnsaio Sobre o Entendimento Humano, 72 on<strong>de</strong> proce<strong>de</strong> a uma divisão tripartidadas ciências. O primeiro ramo é a Física ou Filosofia Natural, e que seocupa do conhecimento das coisas materiais e espirituais, “da sua constituição,proprieda<strong>de</strong>s e operações”. 73 O segundo tipo <strong>de</strong> objectos que caem sob oâmbito do entendimento humano é “a procura daquelas regras e medidas dasacções humanas que conduzem à felicida<strong>de</strong>”, ou seja, “aquilo que o própriohomem <strong>de</strong>ve fazer como agente racional e dotado <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> para alcançar(...) a felicida<strong>de</strong>” – a Ética, que já não é uma ciência especulativa interessadana verda<strong>de</strong>, mas ciência prática ocupada com a justiça e i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> conduta.Terceira e última divisão das ciências: Semiótica ou Lógica, entendida comodoutrina dos sinais, sendo os principais <strong>de</strong> entre eles as palavras. O tema daSemiótica, para Locke, serão os sinais <strong>de</strong> que o homem faz uso para compreen<strong>de</strong>ras coisas ou comunicá-lo. É manifesto que o intelecto não conhecenem opera com as coisas elas próprias, mas somente com a sua representaçãoque ocorre por meio <strong>de</strong> sinais – também a semiótica lockiana encerra a duplavertente gnosiológica/<strong>de</strong> significação, e comunicacional.Divi<strong>de</strong>m-se pois as ciências e todos os objectos que po<strong>de</strong>m cair sob oentendimento humano “em três gran<strong>de</strong>s províncias do mundo intelectual, totalmenteseparadas e distintas umas das outras” em: “coisas, quando são cognoscíveisem si mesmas; acções, enquanto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> nós em or<strong>de</strong>m à felicida<strong>de</strong>;e o <strong>de</strong>vido uso dos sinais em or<strong>de</strong>m ao conhecimento”. 74Além da cunhagem do termo semiótica – que não aparece nos antigos oumedievais – e da precisa <strong>de</strong>marcação do âmbito e estatuto da novel ciência –é-lhe concedida uma importância e estatuto inteiramente novos, pois já não é71 . “Leibniz’s linguistic thought , in complete sympathy with the rich diversity of humanlanguages, remains oriented to the unity behind the diversity, to the possibility of the constructionof an – at least written – universal scientific language, of a characteristica universalis”,i<strong>de</strong>m, p. 1275.72 . LOCKE, John, Ensaio Sobre o Entendimento Humano, vols. I e II, 1999, FundaçãoCalouste Gulbenkian, Lisboa.73 . I<strong>de</strong>m, p. 999.74 . LOCKE, John, Ensaio Sobre o Entendimento Humano, vols. I e II, 1999, FundaçãoCalouste Gulbenkian, Lisboa, p. 1000.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!