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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 161Em Kant as categorias são pois formas a priori do entendimento, que conce<strong>de</strong>minteligibilida<strong>de</strong> ao fenómeno (composto ele próprio pela intuição mediadapelas formas puras da sensibilida<strong>de</strong>: espaço e tempo), transformando-oem objecto <strong>de</strong> conhecimento. Kant vai extrair esta sua lista das categorias <strong>de</strong>uma tábua <strong>de</strong> classificação dos juízos que forneceria “o inventário <strong>de</strong> todasas formas lógicas possíveis, <strong>de</strong> todos os pontos <strong>de</strong> vista segundo os quais seunem sujeito e predicado num juízo”. 12I<strong>de</strong>ntificando o pensamento com a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> julgar, para Kant as categoriassão formas do juízo e po<strong>de</strong>m, consequentemente, ser extraídas da tábuados juízos. É mediante elas que o sujeito constitui o objecto da experiência e,nesse sentido, aplicam-se a priori a todos os objectos da intuição, mas já nãosão ontológicas nem têm a pretensão <strong>de</strong> representar ou <strong>de</strong>screver os modos doser, pois em termos kantianos, o ser tal como é não po<strong>de</strong> ser conhecido.O entendimento é “a faculda<strong>de</strong> não sensível do conhecimento”, 13 <strong>de</strong> formaque nada po<strong>de</strong> conhecer por intuição – só conhece por conceitos. 14 Como oconceito não se refere imediatamente a um objecto, mas mediatamente a umarepresentação, a tarefa do entendimento é or<strong>de</strong>nar diferentes representaçõessob uma representação comum. O entendimento utiliza pois os conceitos paraformular juízos, nisso consistindo a activida<strong>de</strong> do intelecto e o acto <strong>de</strong> pensar.O conceito reduz à unida<strong>de</strong> a pluralida<strong>de</strong> das representações. 15 Kantcircunscreve <strong>de</strong>pois a activida<strong>de</strong> do entendimento ao juízo, dizendo que estaé idêntica à faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> julgar, “conhecimento mediato <strong>de</strong> um objecto ou representação<strong>de</strong> uma representação do objecto”, pois “pensar é conhecer porconceitos”. 1612 . MORUJÃO, Alexandre Fradique, Prefácio da tradução portuguesa da Crítica da RazãoPura, in KANT, Immanuel, Crítica da Razão Pura, trad. SANTOS, Manuela Pinto & MORU-JÃO, Alexandre Fradique, 2 a ed., 1989, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, p. XIV.13 . KANT, Immanuel, Crítica da Razão Pura, trad. SANTOS, Manuela Pinto & MORUJÃO,Alexandre Fradique, 2 a ed., 1989, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, p. 102.14 . “O conhecimento <strong>de</strong> todo o entendimento, pelo menos do entendimento humano, é umconhecimento por conceitos, que não é intuitivo mas discursivo”, i<strong>de</strong>m.15 . “Assim, todos os conceitos são funções da unida<strong>de</strong> entre as nossas representações, jáque, em vez <strong>de</strong> uma representação imediata, se carece, para conhecimento do objecto, <strong>de</strong> umamais elevada, que inclua em si a primeira e outras mais, e <strong>de</strong>ste modo se reunam num só muitosconhecimentos possíveis”, i<strong>de</strong>m, p. 103.16 . KANT, Immanuel, Crítica da Razão Pura, trad. SANTOS, Manuela Pinto & MORUJÃO,Alexandre Fradique, 2 a ed., 1989, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, p. 103.www.labcom.pt✐✐✐✐

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