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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐10 Anabela Gradimdos reconhecem participar na discussão em curso, fórmula que liga a ética àsestruturas profundas da racionalida<strong>de</strong> humana.Parte-se assim do a priori da argumentação para a constituição <strong>de</strong> umaPragmática Transcen<strong>de</strong>ntal que possa estabelecer as condições gerais <strong>de</strong> todoo pensamento e discurso. A Ética Comunicacional, que é um neokantismotransformado, esboça os princípios gerais <strong>de</strong> pertença e comportamento noseio da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação, como o <strong>de</strong> que todo o sujeito que participana discussão reconhece implicitamente as pretensões dos restantes membros– em suma, o compromisso <strong>de</strong> ser racional e agir em conformida<strong>de</strong>.Objectivo máximo da Ética da Discussão é a cooperação dos indivíduos nafundamentação <strong>de</strong> normas morais, através da discussão racional.Esta pertença a priori a uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação cuja necessida<strong>de</strong>Apel <strong>de</strong>monstra ao dissolver a ilusão solipsista, acabará por radicar aÉtica da Discussão na própria estrutura da racionalida<strong>de</strong> humana. Com efeito,a componente performativa (semântico-autoreferencial) que Austin <strong>de</strong>scobreem toda a linguagem humana introduz no discurso três pretensões à valida<strong>de</strong>necessárias e universais:A pretensão à verda<strong>de</strong> intersubjectivamente válida das proposições;A pretensão à exactidão normativa intersubjectivamente válida – por exemplodo carácter justificável ou legitimável – dos actos <strong>de</strong> fala como actos <strong>de</strong>comunicação social;A pretensão à veracida<strong>de</strong> ou à sincerida<strong>de</strong> das expressões <strong>de</strong> intenção subjectivas.6Estas pretensões universais à valida<strong>de</strong> do discurso (logos) são estritamentenecessárias: com efeito, não po<strong>de</strong>mos contestá-las sem cair numa autocontradiçãopragmática, e essa é a razão pela qual Apel diz serem pragmáticotranscen<strong>de</strong>ntais.O logos pragmático-transcen<strong>de</strong>ntal está assim sempre ligado,do ponto <strong>de</strong> vista da sua pretensão à valida<strong>de</strong> universal, a três dimensões domundo ao mesmo tempo, o mundo objectivo, o mundo comum e o mundointerior subjectivo, e por isto às três dimensões <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> universal.É este o sentido <strong>de</strong> “transcen<strong>de</strong>ntal” aplicado à questão da fundamentação:negar qualquer uma <strong>de</strong>stas pretensões é cair em contradição performativa, eper<strong>de</strong>r a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> si como agente racional. O facto <strong>de</strong>Paris.6 . Cf. APEL, Karl-Otto, Le Logos Propre au Langage Humain, 1994, Éditions <strong>de</strong> L’Éclat,www.labcom.pt✐✐✐✐

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