13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 139or<strong>de</strong>m diferente, e se dirigem à teoria <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista distinto, exterior ejá fora <strong>de</strong>la.Hottois, ao mesmo tempo que aprova a promoção do uso dialógico e críticoda razão levada a cabo por Apel, contra o que apelida <strong>de</strong> “monologismodogmático” da filosofia tradicional, que repousa sobre o solipsismo metodológico,consi<strong>de</strong>ra que no termo do seu percurso Apel sucumbe também à tentaçãomonológica, recaindo no teoretismo que criticara <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início.Este “teoretismo” é assimilado ao tipo <strong>de</strong> solipsismo metodológico queApel se propõe ultrapassar mediante o reconhecimento do papel radical da intersubjectivida<strong>de</strong>,induzido quer pela fenomenologia hermenêutica, quer pelopragmatismo semiótico <strong>de</strong> herança peirceana. Ora Hottois é <strong>de</strong> opinão queesta introdução da figura do dialogismo na filosofia <strong>de</strong> Apel é também ela puramenteteorética, isto é, não exaustivamente justificada e resultado do tipo <strong>de</strong>intuição solitária que se <strong>de</strong>stina precisamente a afastar. 45Acresce a isto que na hermenêutica <strong>de</strong> tipo hei<strong>de</strong>ggeriano a noção <strong>de</strong> intersubjectivida<strong>de</strong>ou “hermeneuticida<strong>de</strong>” acaba por cair no plano do indomado,indizível e não tematizável, ao passo que em Apel tal nunca suce<strong>de</strong>: a teoriae clareza racionalista acompanham sempre essa figura. A intersubjectivida<strong>de</strong>em Apel é sempre representada como um objecto, uma interacção entresujeitos envolvidos num movimento <strong>de</strong> troca pendular. 46 Depois, quando,inspirando-se em Wittgenstein, Apel <strong>de</strong>senvolve a i<strong>de</strong>ia do jogo <strong>de</strong> linguagemda filosofia como jogo <strong>de</strong> privilégio transcen<strong>de</strong>ntal, está também, diz Hottois,a seguir uma linha que conduz em direcção ao teoretismo e mesmo ao monologismo.47A tarefa da filosofia transformada é <strong>de</strong>svelar as condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>e valida<strong>de</strong> das convenções, dando corpo a uma pragmática transcen<strong>de</strong>ntal queconstitui a base e fundamento <strong>de</strong> toda a teoria e praxis, compreensão e explicação.O argumento <strong>de</strong> Hottois é que postular uma tal pragmática transcen<strong>de</strong>ntalphilosophie du langage (Moore, Wittgenstein, Wisdom, Hei<strong>de</strong>gger, Perelman, Apel), 1989, LibrairiePhilosophique Jean Vrin, Paris.45 . “Intersubjectivité, dialogique, herméneutique, dialectique: le nom importe peu ici. Cettefigure que Apel découvre principalement dans la phénoménologie-herméneutique n’a pas unnom seulement. Ce qui compte ici, c’est <strong>de</strong> souligner combien son apparition dans la philosophieapelienne <strong>de</strong>meure théorétique”, i<strong>de</strong>m, p. 194.46 . I<strong>de</strong>m, Cf. p. 195.47 . I<strong>de</strong>m, cf. p. 209 e ss.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!